A operação Carne Fraca, da Polícia Federal, teve mais um desdobramento neste sábado (18). O gerente de Relações Internacionais e Governamentais da Brasil Foods (BRF), Roney Nogueira dos Santos, foi preso pela PF no Aeroporto Internacional de Guarulhos após desembarcar vindo do exterior. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a Agência, que recebeu informações da assessoria da empresa, o executivo se entregou às autoridades. “O gerente teve a prisão preventiva decretada ontem pela operação Carne Fraca, da PF. Ele é acusado de influenciar fiscais do Ministério da Agricultura”, esclarece a Agência.
Acesso direto ao Ministério
O juiz fedeeral Marcos Josegrei da Silva, que expediu a prisão do gerente, explicou que Roney tinha acesso direto, por meio de login e senha, ao sistema do Ministério da Agricultura, onde consultava processos administrativos.
“[Roney Nogueira] remunera diretamente fiscais contratados, presenteia com produtos da empresa, se dispõe a auxiliar no financiamento de campanha política e até é chamado a intervir em seleção de atleta em escolinha de futebol. Com tantas benesses, há notícia de que ele possui login e senha para acessar diretamente o sistema de processos administrativos (SEI) do MAPA [Ministério da Agricultura], obviamente de uso restrito ao público interno”, declarou.
No site oficial da empresa, um link já direciona os leitores para um posicionamento oficial sobre a investigação. A empresa afirma que “está colaborando com as autoridades para esclarecimento dos fatos e reitera que cumpre normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos”.
Entenda
A carne fraca é maior operação da história da PF, que afirma ter detectado, em quase dois anos de investigação, que as Superintendênciais Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas e Goiás ‘atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público’.
Ao menos dois grandes nomes são apontadas no esquema, a JBS e a BRF, gigantes do ramo e com grande abrangência em Mato Grosso do Sul. A JBS, por exemplo, adquire 80% da produção pecuária do Estado. Entenda mais aqui, e aqui. Estima-se que mais 29 frigoríficos sejam investigados.
O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo afirma que até o ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB) está citado na investigação. Segundo as investigações, o esquema no Paraná era comandado pelo ex-superintendente regional do Mapa, Daniel Gonçalves Filho, e pela chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Maria do Rocio Nascimento, que trabalham em Curitiba. Na casa do atual superintendente regional do Mapa, Gil Bueno, a polícia apreendeu R$ 65 mil nesta manhã. Os três são alvos de prisão preventiva.
Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.MIDIAMAX
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