O mineiro José Antônio Pereira nem poderia imaginar que, 145 anos depois de pisar os pés em 21 de junho de 1872 na região de “Campo Grande da Vacaria”, estaria construindo uma cidade de quase 900 mil habitantes. Esse Arraial de Santo Antônio do Campo Grande – como era chamado na época -, formado por famílias de mineiros, recebeu emancipação político-administrativa em 26 de agosto de 1899. Aquele pequeno povoado se transformou hoje na maior cidade de Mato Grosso do Sul com 864 mil habitantes (de acordo com estimativa do IBGE de 2016).
A diferença de crescimento em relação a outras cidades é muito grande. Hoje, a população de 64 dos 79 municípios do Estado cabe dentro de Campo Grande. Isso mostra o gigantismo da cidade nascida sob as bênçãos do mineiro de Monte Alegre, José Antônio Pereira, que escolheu essa terra para morar e trabalhar com a família.
Apenas os descendentes desse mineiro estão contemplando o desenvolvimento de Campo Grande que, a partir de 1979, foi consagrado como Capital de Mato Grosso do Sul, resultado da divisão do Estado de Mato Grosso.
A comparação de tamanho populacional não para por aí. A segunda maior cidade do Estado em habitantes é Dourados com 215.486. Portanto, dentro de Campo Grande cabem 4 Dourados. Não é pouco. Imagina Três Lagoas, principal polo industrial de Mato Grosso do Sul, com 115.561 habitantes tem de se multiplicar por sete para alcançar o tamanho da população da Capital do Estado.
Campo Grande está muito mais desenvolvido tanto econômico quanto em quantidade de habitantes da cidade mais antiga do Estado: Corumbá, fundada no dia 21 de setembro de 1778 pelo Capitão-General Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, para impedir os avanços dos espanhóis pela fronteira brasileira em busca do mineral precioso. Com o nome de Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, Corumbá transformou-se no principal entreposto comercial da região.
Hoje, cabem dentro de Campo Grande aproximadamente oito Corumbás. Olha que a grande diferença de idade de fundação não foi suficiente para Corumbá se tornar a cidade mais populosa de Mato Grosso do Sul.
Em relação à menor cidade do Estado em termos de população, Campo Grande está com vantagem impressionante. Essa miniatura de cidade é Figueirão com 3.020 habitantes. Seria necessário multiplicar 286 a população de Figueirão para chegar ao tamanho da Capital do Estado. A diferença de idade, também, é muito grande. Figueirão, fundada em 14 de setembro de 2003, tem apenas 14 anos, enquanto Campo Grande completa 118 anos.
Depois dos mineiros, Campo Grande se tornou o eldorado para paulistas, gaúchos, paranaenses e recebeu de braços abertos descendentes de outras nacionalidades, como paraguaios, bolivianos, espanhóis, italianos, portugueses, japoneses, sírio-libaneses e armênios.
Essas famílias de outras nacionalidades que escolheram Campo Grande para morarem, fizeram e continuam fazendo história seja no setor econômico quanto na política.
Campo Grande é hoje administrado por Marcos Trad, descendente de libanês. O seu irmão, Nelsinho Trad já administrou a cidade por duas vezes. O outro irmão, Fábio Trad, foi deputado federal. E o pai deles,
Nelson Trad, foi vice-prefeito de Campo Grande, deputado estadual e deputado federal.
Uma das maiores lideranças políticas de Mato Grosso, ainda indivisível, e Mato Grosso do Sul é Pedro Pedrossian, descendente de armênios. Ele foi três vezes governador. Uma vez de Mato Grosso e duas de Mato Grosso do Sul.
O italiano André Puccinelli foi duas vezes prefeito de Campo Grande e duas vezes governador de Mato Grosso do Sul. E é uma das grandes lideranças políticas do Estado.
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Sem contar outros políticos com sangue de famílias de várias nacionalidades que ajudam a tornar Campo Grande uma cidade pujante.
É o caso do atual governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), um campo-grandense descendente de portugueses.
Fonte: Correio do Estado