Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul elevaram a qualidade dos animais encaminhados para indústria frigorífica em comparação ao início ano. O percentual de animais com padrão desejável pelos frigoríficos passou de 18% em janeiro deste ano, para 26,47% em setembro. A avaliação do JBS leva em consideração os abates de suas nove plantas sul-mato-grossenses e foi ressaltada pelo pecuarista de Figueirão, Rubens Catenacci, em entrevista durante o 1º Circuito Pecuário, nesta sexta-feira (6), em Camapuã.
De acordo com dados do JBS, a qualidade superior nos animais foi perceptível a partir de abril e, é justificada pelo aumento da bonificação ao pecuarista, a partir de abril deste ano. “Desenvolvemos uma campanha que buscava aproximação do pecuarista com a indústria, que também aumentou a bonificação dos criadores com rebanho de melhor qualidade, assim, o empenho do produtor rural elevou e passou ser ainda mais reconhecido”, pontua Eduardo Pedroso, do setor de originação da multinacional.
Segundo Catenacci, os números representam o empenho do produtor rural e o desenvolvimento do Nelore. “A valorização é superior quando se entrega na porta da indústria animais oriundos de cruzamento industrial, mas a raça tem mostrado seu potencial, e com o manejo e nutrição adequados, diminuindo seu tempo de abate, os resultados surpreendem o mercado. Passamos a produzir carne digna de exportação com a raça mais comum no País, com valorização bem superior ao praticado no mercado”, enfatiza o proprietário da Fazenda 3R.
Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Mauricio Saito, destacou que o progresso no Estado quanto a produção agropecuária se deve à ciência. “O Estado é privilegiado por ser o único com três unidades da Embrapa, e Fundações de Pesquisa tão relevantes que fazem o produtor rural avançar”, enfatiza. “Mas podemos avançar ainda mais, de acordo com a Fundação MS, dos nove milhões de hectares que temos em algum estágio de degradação, quatro têm potencial de introduzirmos Integração Lavoura Pecuária e Floresta, aumentando nossas médias de produção e rentabilidade ao produtor rural”, completa Saito.
O criador de Camapuã, proprietário da Verdana Agropecuária, Bruno Grubisich, afirma que as bonificações e valorização da arroba, tem instigado a busca por animais com genética de ponta que influenciam nos resultados da propriedade. “Os criadores da região Norte tem procurado incremento de produtividade, adquirindo touros melhoradores, com avaliações sólidas pedigree e acurácia, aspectos que refletem diretamente na produtividade. Há quatro anos forneço animais em Camapuã e sêmen, e o feedback quanto aos resultados positivos, dentro e fora da porteira”, esclarece.
Ainda que com taxas acima da média nacional, o prefeito de Figueirão, Rogério Rosalin, manteve o desafio aos pecuaristas da região Norte para se tornarem os responsáveis pela melhor carne brasileira. “Já temos Camapuã como a Capital do Bezerro de Qualidade, destaque nacional. Agora temos de expandir esse status e produzirmos a carne cota Hilton, apreciada por todos os continentes”.
O chefe Geral da Embrapa, Cleber Oliveira Soares; o presidente do Sindicato Rural de Camapuã, Saturnino Silvério Pereira; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio José Camaderlli, o secretário de Estado da Produção e Agricultura Familiar (SEPF), Fernando Mendes Lamas, e outras autoridades também participaram do 1° Circuito Pecuário, realizado pela Famasul.