Alta no preço da gasolina nos últimos meses movimenta a fronteira do Brasil com o Paraguai, onde litro custa R$ 2
Paraguai – O reajuste de 2,3% no preço da gasolina anunciado na semana passada pela Petrobras nas refinarias reforçou a corrida de consumidores brasileiros aos postos de combustíveis do vizinho Paraguai,nas cidade de Ciudad del Este,Salto del Guaira,Capitan Bado e Pedro Juan Caballero. Os motoristas de Foz do Iguaçu que cruzam a fronteira para abastecer o carro em Ciudad del Este enchem um tanque de 43 litros por R$ 113,50. No lado brasileiro, o mesmo combustível sairia por uma média de R$ 173 – diferença de quase R$ 60.
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SAFRA Cambio #
Na cidade paraguaia, a gasolina comum varia de R$ 2,62 a R$ 2,80, enquanto em Foz do Iguaçu o litro custa cerca de R$ 4,09 ou mais. Mesmo na versão aditivada, a gasolina vendida no Paraguai também sai mais em conta. Em Ciudad del Este o litro custa a partir de R$ 3,24, enquanto em Foz os preços partem de R$ 4,14.
A diferença de preço encheu os postos paraguaios de carros com placas do Brasil. A corrida tem hora marcada. A maioria cruza a Ponte da Amizade, ligação entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, a partir das 19h em dias úteis ou aos domingos, quando o trânsito na via é mais tranquilo. Oscar Zaracho, frentista de um posto da bandeira Esso, diz que atualmente 90% dos clientes são brasileiros. A procura é intensa à noite e aumentou principalmente a partir de agosto. “O movimento é das 19h até meia-noite”, afirma.
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INMOBILIARIA CAPITAN BADO.
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O presidente do Centro Empresarial Brasil-Paraguai (Braspar), Wagner Enis, explica que, quando o preço do petróleo caiu no mercado internacional, o governo paraguaio obrigou as empresas a reduzirem os valores na mesma proporção. O país não cobra o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), equivalente ao ICMS no Brasil, sobre o combustível. A gasolina vendida no Paraguai é distribuída pela refinaria Petróleos Paraguayos – Petropar. O combustível é adquirido principalmente no Brasil e na Venezuela.
Pressão nas bombas
A Petrobras autorizou na segunda-feira da semana passada alta de 2,3% para a gasolina e de 1,9% para o diesel nas suas refinarias, devido principalmente ao aumento das cotações dos produtos e do petróleo no mercado internacional. A decisão foi tomada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP), que antecipa suas reuniões periódicas quando o reajuste dos combustíveis varia mais de 7% para cima ou para baixo no período aproximado de um mês. Em um mês, o preço da gasolina nas refinarias já acumula aumento de mais de 9%. Em novembro, há elevação de 6,6%, após alta também de 6,6% em outubro. O reajuste se refere aos preços para as refinarias. O repasse ou não do aumento para o consumidor final depende dos postos de combustíveis.