O brasileiro paga quase duas vezes mais caro pela internet rápida no celular que usuários dos países ricos. Dados divulgados pela União Internacional de Telecomunicações indicam que os custos de acesso à rede ainda representam um obstáculo para o avanço da tecnologia e que, no mundo, 4 bilhões de pessoas ainda estão offline.
Segundo os dados da UIT, uma assinatura de 1GB pela internet no celular chegaria a custar US$ 29,5 por mês, considerando a paridade de poder de compra. A média nos países ricos é de US$ 16,3, contra US$ 30,1 no mundo.
Para a TeleBrasil, os dados da agência internacional não devem ser comparados, já que não se trata do valor que de fato é aplicado. A UIT explica que, assim como no caso do Brasil, ela também usa o valor de tabela para o restante do mundo, justamente para poder comparar.
A TeleBrasil observou também que os preços da banda larga praticados no Brasil estão bem abaixo da média dos países de seu grupo, considerados em desenvolvimento. Segunda a entidade, o brasileiro paga pela banda larga fixa apenas 22% do preço médio dos países em desenvolvimento, levando em conta a paridade do poder de compra ( US$ 16,60 no Brasil; US$ 74,50 nos outros países).
A TeleBrasil lembrou também que os preços no País vêm caindo nos últimos anos e que também deve-se considerar a elevada carga tributária na hora de realizar comparações entre diferentes países.
No início de 2014, a banda larga era uma realidade para apenas 10% da população brasileira, contra mais de 35% na Coreia, França, Suíça, Dinamarca, Reino Unido ou Irlanda.
O Brasil não é o único que vive uma situação ainda problemática no que se refere aos custos. Dados divulgados pelas agências da ONU revelam que, se a expansão da rede foi avassaladora em todo o planeta, a realidade é que mais de 55% da população continua sem acesso.
Nos emergentes, o custo da banda larga é três vezes superior ao que é aplicado nos países ricos no que se refere à banda larga fixa. Em 15 anos, o número de usuários da rede passou de 400 milhões de pessoas em 2000 para mais de 3,2 bilhões. Desse total, 2 bilhões estão nos países emergentes.
Mas as disparidades ainda são profundas. Nos 50 países mais pobres do mundo onde vivem 1 bilhão de pessoas, apenas 89 milhões deles têm acesso à internet, menos de 10%. Nos países ricos, 81% das casas tem acesso à rede, contra menos de 7% nos países mais pobres. Nos emergentes, a penetração é de apenas 34%. O custo de banda larga caiu de forma importante, segundo Houlin Zhao, representante da UIT. Mas os valores ainda são desproporcionais à renda para os mais pobres.