Brasil espera solicitação de extradição de acusado de matar Pablo Medina

O paraguaio Flavio Acosta, acusado em seu país de ser um dos assassinos do jornalista Pablo Medina e de sua assistente Antonia Almada em 2014 e detido neste sábado no Paraná, permanecerá preso em Pato Branco à espera de que o Paraguai solicite sua extradição.
“Agora, dependemos que o Paraguai apresente a solicitação de extradição, mas nada impede que ele que seja extraditado”, disse à Agência Efe o delegado-chefe da 5º Subdivisão de Polícia Civil (5ª SDP) em Pato Branco, Getúlio de Moraes Vargas.
Ele esclareceu que contra Flavio Acosta pesa ainda uma denúncia em Pato Branco por violência doméstica feita pela mulher com quem o paraguaio vivia, mas que o processo, caso chegue aos tribunais, não impede que ele seja entregue às autoridades do Paraguai.
Segundo ele, Flavio Acosta foi formalmente acusado de falsificação no Brasil por apresentar documento falso no momento de sua prisão, mas este processo também não é obstáculo à extradição.
“As autoridades paraguaias já entraram em contato conosco. Confirmaram que se trata da pessoa que buscam e disseram que desejam sua extradição, mas isso não depende da polícia”, afirmou o delegado, que informou que a solicitação terá que ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Vargas relatou que Flavio Acosta começou a ser procurado na noite de ontem quando a polícia recebeu uma denúncia anônima sobre sua presença em Pato Branco e os crimes pelos quais era procurado no Paraguai.
“A detenção aconteceu hoje em um lugar no centro da cidade próximo ao assinalado pelo autor da denúncia anônima”, acrescentou.
Segundo o delegado, ele apresentou uma identidade que posteriormente a polícia constatou ser falsa e foi conduzido à delegacia de Pato Branco.
“Confirmamos então que se tratava do foragido acusado de assassinato no Paraguai e que estava incluído na lista de procurados pela Interpol”, disse.
Segundo o Ministério Público do Paraguai, Flavio Acosta, acusado de duplo homicídio, estava foragido desde outubro de 2014, quando Pablo Medina e Antonia Almada foram assassinados durante uma viagem de carro no departamento de Canindeyú, na fronteira com o Paraná.
Em março de 2015, Vilmar Acosta, tio de Flavio e considerado o mandante do crime, foi preso no Brasil e extraditado em outubro. O outro acusado do crime, Wilson Acosta, continua foragido.
Pablo Medina, correspondente do jornal “ABC Color” no departamento de Canindeyú, era conhecido por suas investigações sobre as supostas relações de alguns políticos locais com o tráfico de drogas. Na época do assassinato, Vilmar Acosta era prefeito da cidade de Ypejhú, pelo governante Partido Colorado.
EFE