Boliviana indiciada após tragédia da Chape pede refúgio em MS
A boliviana Celia Castedo Monasterio, indiciada pelo Ministério Público de seu país por ter autorizado o plano de voo da Chapecoense, com saída de Santa Cruz de la Sierra, pediu refúgio ao Brasil nesta segunda-feira, dia 05 de dezembro, em Corumbá, cidade localizada na fronteira com a Bolívia.
Em nota, o MPF (Ministério Público Federal) confirma que foi procurada pela mulher, que é funcionária da Aasana (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia) e teria autorizado a partida do avião da empresa Lamia para Medellín, na Colômbia, mesmo após alertar que havia risco de pane seca.
Celia foi afastada das funções exercidas, sob alegação de suspeita de negligência, e também é alvo de denúncia por não cumprimento de deveres e atentado contra a segurança dos transportes, já que teria reportado os problemas verificados no voo da Lamia, com a delegação da Chapecoense, posteriormente à tragédia.
O MPF afirma que vai analisar o caso de Celia. Segundo o site Campo Grande News, “a Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, em coordenação com as procuradoras Gabriela Tavares e Maria Olívia, vai solicitar aos órgãos federais competentes as medidas cabíveis, conforme as normas internacionais e o direito brasileiro”, frisa.
Nesta quarta-feira (7), será realizada uma reunião entre dois procuradores brasileiros e procuradores do Ministério Público da Bolívia e também da Colômbia, para discutir o andamento da investigação sobre o acidente que terminou na morte de 71 pessoas, entre atletas, comissão técnica, dirigentes, imprensa e a tripulação.
O acidente que comoveu o mundo aconteceu na madrugada do dia 29 de novembro, na Colômbia, quando o voo com 76 pessoas se aproximava de Medellín, mas não pode pousar de imediato pois outro voo, com problemas, pediu prioridade. A Chapecoense iria disputar a partida de ida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.