Yacimientos Petrolíferos iniciou racionamento de gás no país vizinho em função dos conflitos políticos
A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) comunicou que fará uma “priorização’ da distribuição do gás natural disponível no País. Além disso em comunicado enviado ao Governo do Estado na sexta-feira, a YPFB informou que está suspenso o fornecimento de ureia para o Brasil, o que deve afetar o uso de fertilizantes em plena época de plantio da safra em Mato Grosso do Sul. O fornecimento de gás natural às indústrias na Bolívia também está racionado, informou na sexta-feira o jornal local “El Deber ‘, após uma queda de pressão no gasoduto Carrasco- Cochabamba , um dos principais do país, ter reduzido a oferta do produto para cidades como La Paz.
De acordo com o secretário de Estado da Produção e Meio Ambiente (Semagro) Jaime Verruck a situação é preocupante e está sendo monitorada de perto pelo Governo do Estado. “Esse comunicado, essa ureia é toda destinada ao Brasil, Ela sai de Bulo-Bulo na Bolívia por linha férrea e chega até a cidade de Puerto Suarez, que é divisa em frente a Corumbá. Aí em Porto Suarez é feito o transbordo, esse material vai para caminhões brasileiros, depois passa na Gisa e vem’, explicou.
Ele enfatizou que recentemente quando esteve em Corumbá já havia uma série de caminhões parados em função da falta de matéria-prima. “Esta é uma situação é preocupante já que o Brasil é o principal comprador da ureia boliviana. Primeiro isso vai acarretar demora na movimentação dos caminhões com a paralisação na fronteira com Corumbá e também o fornecimento de ureia para o Brasil, de contratos já realizados por uma série de empresas. Então nós vamos acompanhar isso para ver se libera logo ou não. Mas é mais um efeito aí de impacto econômico tanto na Bolívia que vai deixar de vender mas também impacto no Brasil que deixa de receber essa ureia necessária ao agronegócio brasileiro’, finalizou.
A estimativa neste ano era que somente Mato Grosso do Sul importasse 400 mil toneladas de ureia.
Gás
Com relação ao gás boliviano que tem cota de 30 milhões de metros cúbicos dia o cenário também é temerário. Na Bolívia o fornecimento já foi reduzido. A medida deverá afetar principalmente os setores de produção de alimentos, bebidas e metalurgia, enquanto as termelétricas deverão ter o fornecimento preservado.
A restrição deverá afetar também a exportação do produto ao Brasil e à Argentina, fazendo com que os dois países acionem planos de contingência.
Brasil e Argentina são os principais mercados do gás natural da Bolívia. O país vizinho tem contrato com a Petrobras e exporta, atualmente, 30 milhões de metros cúbicos por dia do produto ao Brasil.
Parcerias
Recentemente a YPFB fechou parcerias para ampliar a venda de ureia no Estado. O projeto é uma parceria com a empresa russa de fertilizantes, Acron, que também detém a fábrica da Petrobras em Três Lagoas. . A sociedade teria 50% de participação da Acron e 50% da YPFB. A meta é comercializar a ureia da Bolívia quanto a de Três Lagoas e vai fazer a distribuição para todo o País.
Segundo um comunicado da companhia petrolífera boliviana, as empresas têm previsão de vender 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia ao mercado brasileiro, pelo prazo de 20 anos, a contar de 2021.
Ainda de acordo com o documento da YPFB, a parceria com o grupo russo é um grande passo para internacionalização da estatal como empresa de venda de gás e “como parceiro operacional fora das fronteiras bolivianas’.
MS NEWS