Bolívia pede cooperação do Brasil para retirar manifestantes da fronteira
A Chancelaria da Bolívia pediu nesta quarta-feira ao encarregado de Negócios da embaixada do Brasil, Rui Antonio Jucá, cooperação para remover um bloqueio de manifestantes na ponte que liga o Acre à cidade boliviana de Cobija, capital do departamento de Pando (norte).
O chanceler boliviano, Fernando Huanacuni, transmitiu ao diplomata esse pedido, e o ministro de Governo, Carlos Romero, explicou à imprensa que os manifestantes são 15 pessoas ligadas a um brasileiro detido por agentes bolivianos como suposto líder de uma quadrilha de sequestradores.
Os manifestantes protestam contra esta prisão, que alegam ter sido ilegal por ocorrer em território brasileiro, enquanto o governo da Bolívia argumenta que a detenção aconteceu em seu território e, portanto, foi de acordo com a lei.
Romero afirmou que as autoridades brasileiras, tanto federais quanto do estado do Acre, foram informadas em novembro do ano passado sobre as operações contra uma suposta quadrilha de sequestradores.
“Sabiam dessas operações e, além disso, em uma delas foi apanhada uma das pessoas que estavam envolvidas nesta organização”, afirmou.
O indivíduo, detido em território brasileiro, não foi extraditado à Bolívia porque devia enfrentar as acusações de assassinato no Brasil, enquanto na Bolívia era acusado de sequestro, delito de menor gravidade.
Romero apontou que, através da Chancelaria, a Bolívia entregará ao Brasil o relatório policial da detenção do cidadão brasileiro, motivo pelo qual os manifestantes bloqueiam a fronteira.
Segundo a imprensa boliviana, o dito bloqueio afeta o abastecimento de combustível da cidade de Cobija.
“São 15 pessoas, mas estão em território brasileiro e não podemos fazer nada além de pedir que as autoridades brasileiras ponham ordem”, explicou o ministro.