A droga é uma combinação de dois anticorpos monoclonais feitos a partir de anticorpos de pessoas que se recuperaram da covid-19
A droga, criada pela farmacêutica AstraZeneca e chamada de AZD7442, é uma combinação de dois anticorpos monoclonais, feitos em laboratório a partir de anticorpos de pessoas que se recuperaram da covid-19.
A ideia é avaliar a ação da droga em pessoas que tiveram exposição recente ao vírus, mas ainda não desenvolveram os sintomas. O remédio impediria a doença de se manifestar ao combater a ação viral logo no início, agindo como uma profilaxia pós-exposição.
Outro protocolo de pesquisa da farmacêutica tem como objetivo testar a droga em pessoas que ainda não tiveram contato com o vírus, para que sua ação preventiva seja investigada.
Nos dois casos, o medicamento tem como alvo a proteína spike do vírus, responsável por sua entrada na célula humana. “A proteína spike do SARS-CoV-2 contém o RBD (domínio receptor-obrigatório) do vírus, que permite que o vírus se ligue a receptores nas células humanas. Ao alvejar esta região da proteína spike do vírus, os anticorpos podem bloquear a ligação do vírus às células humanas e, portanto, espera-se que bloqueiem a infecção”, explica a farmacêutica nos protocolos das estudos registrados no site clinicaltrials.gov, plataforma de pesquisas clínicas do governo americano.
O remédio está na fase 3 de testes clínicos, mas etapas anteriores da pesquisa demonstraram que essa imunidade conferida pela droga não seria permanente – duraria de seis a 12 meses, de acordo com a AstraZeneca.
Ainda de acordo com os protocolos de pesquisa, a fase 3 dos testes (a última antes do registro do remédio) foi iniciada em novembro, (para os casos de pessoas sem exposição prévia) e dezembro (nos pacientes que foram expostos ao patógeno). Juntos, os dois estudos envolverão cerca de 6 mil voluntários.
Caso tenha sua eficácia comprovada, o medicamento seria especialmente útil em situações como a de idosos moradores de instituições de longa permanência que tiveram contato com algum caso positivo no ambiente. Eles poderiam receber a droga antes que o vírus começasse a causar estrago.
De acordo com reportagem do jornal britânico The Guardian, os anticorpos em testes estão sendo administrados em duas doses e poderiam ser usados até oito dias depois da exposição ao vírus. Cientistas do Reino Unido afirmaram ao jornal que acreditam que a droga passa estar disponível no mercado entre março e abril caso demonstre sua eficácia e segurança nos testes clínicos.