Por: Edilson José Alves
A Câmara Federal ficará por uns dias sob o comando do “Filhinho” de Eduardo Cunha, aquele envolvido em falcatruas de todos os tipos em Brasília e agora preso em Curitiba. Com a despedida do presidente viajante Michel Temer, a presidência caiu mais uma vez no colo de Rodrigo Maia, que por sua vez, cedeu a sua cadeira ao jovem talento da política brasileira, André Fofuca, um deputado lá do Maranhão.
É impressionante como eles planejam e se locupletam do poder. Depois de tratorarem a ex-presidente, transformaram Brasília na “casa da mãe Joana” e a vida dos brasileiros num verdadeiro inferno. Pelo menos a vida dos trabalhadores, aqueles que suam a camisa e que tinham a esperança de um dia se aposentarem.
Tinham, porque com tantas armações e amarrações feitas na calada da noite não têm mais. Até é salutar ter um jovem em um cargo tão importante como a Câmara Federal. Sangue novo, idéias novas, propostas inovadoras em benefício da população. A renovação é importante e necessária. O problema é que político com a trajetória de André Fufuca não permite a nós, pobres mortais, vislumbrar um horizonte menos obscuro, que nos permita sonhar com um país melhor, onde os ocupantes de funções públicas sejam de fato defensores do povo, principalmente dos mais pobres.
Político de primeiro mandato em Brasília, apenas 28 anos, o presidente interino da Câmara Federal tem neste curto período de legislador federal uma atuação pífia. Pouco usou a tribuna, mas por interesses das velhas “raposas” chegou a tão importante posição na Mesa Diretora daquela Casa de Leis. O fato é que ele hoje é o “cara”. Comanda a pauta que rege os destinos da nação brasileira.
O fato de chamar Eduardo Cunha de “Papai” eliminam todas as esperanças de dias melhores. Cunha, o padrinho político do jovem deputado, já entrou para a história como o chefe da maior quadrilha de ladrões de dinheiro público do Brasil. Além disso, o nosso novo e jovem presidente do legislativo federal utilizou a tribuna apenas para defender justamente Cunha e depois para livrar Michel Temer das acusações feitas pela Procuradoria Geral da República. O seu retrospecto não é nada bom.
Claro que quando digo que Brasília foi transformada na “casa da mãe Joana”, é sem a intenção de denegrir a imagem de Joana I, rainha de Nápolis e condessa de Provença. Quando se mudou em 1346 para Avignon, na França, Joana foi a responsável em criar regras para impedir a agressão de prostitutas. Por aqui as “prostitutas” são outras. Dependendo do pagamento elas aceitam mudar até a Constituição Federal, principalmente regras que regem a previdência social e os direitos trabalhistas. Desta forma, nos resta pouco a fazer. A não ser espernear. Aqueles que se intitulam defensores, são na verdade os algozes do povo.
Enquanto isso a alternativa é continuar “Fufucando” para ver no que vai dar essa baderna.
*Jornalista