Após duas quedas, dólar fecha em alta; bolsa cai 0,81%

preocupações com o cenário fiscal brasileiro ofuscaram o ambiente mais favorável para ativos de risco no exterior e fizeram o dólar fechar esta segunda-feira (26) em alta, interrompendo uma sequência de duas quedas.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,10%, para R$ 3,906 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançou 0,69%, para R$ 3,919. Ambas as cotações chegaram a cair durante a sessão, atingindo mínimas na casa de R$ 3,82.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caiu sobre 13. O movimento também foi visto entre as dez moedas mais importantes do globo, que subiram sobre o dólar, com exceção do franco suíço. O alívio no exterior segue refletindo o corte de juros chineses na semana passada e a sinalização de novos estímulos na Europa.
Ainda lá fora, os investidores permanecem atentos à reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), na quarta-feira (28). A expectativa é que a autoridade sinalize o início do ciclo de aumento dos juros naquele país apenas em 2016, o que retardaria a fuga de recursos dos emergentes, aliviando a pressão sobre o dólar.
No Brasil, o cenário de incertezas fiscais manteve o mercado em alerta. A dívida pública federal atingiu em setembro R$ 2,734 trilhões, alta de 1,8% ante agosto, informou o Tesouro Nacional nesta sessão. A notícia elevou ainda mais a cautela dos agentes, preocupados especialmente com a expectativa de que o deficit primário do governo pode chegar a R$ 70 bilhões em 2015.
Apesar da pressão no câmbio, o mercado de juros futuros da BM&FBovespa teve uma sessão de ajuste. As principais taxas caíram, mas permanecem em níveis considerados elevados. O DI para janeiro de 2016 recuou de 2,263% para 14,260%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,920%, ante 15,960% na sessão anterior.
AÇÕES
No mercado de ações, o principal índice da BM&FBovespa acompanhou a baixa das Bolsas americanas e fechou no vermelho. O Ibovespa perdeu 0,81%, para 47.209 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,4 bilhões.
No exterior, as Bolsas de Nova York fecharam com leves desvalorizações de até 0,2%. Na Europa, os mercados acionários também perderam: as quedas ficaram em torno de 0,4%.
A baixa das ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, empurrou o Ibovespa para baixo. Esses papéis cederam 4,21%, para R$ 14,35 cada um. Já os ordinários, com direito a voto, tiveram desvalorização de 3,98%, a R$ 17,86.
Também no vermelho, os bancos ajudaram a sustentar a perda do Ibovespa. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú Unibanco mostrou recuo de 1,48%, enquanto o Bradesco caiu 0,74% e o Banco do Brasil registrou desvalorização de 1,98%. CDOESTADO