Após acusação de pedofilia, Papa Francisco expulsa padre chileno
Diante de acusação de abuso sexual contra crianças, o papa Francisco expulsou neste sábado (15), da Igreja Católica o padre chileno Cristián Precht que é investigado em um caso de abuso sexual de crianças. Conforme noticiado pelo Estadão, a decisão do pontífice foi confirmada pela Arquidiocese de Santiago.
“O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Luis F. Ladaria, notificou hoje o arcebispo de Santiago, que, com data de 12 de setembro do ano em curso, o santo papa Francisco decretou, de forma inapelável: a demissão do estado clerical ‘ex officio et pro bono Ecclesiae’ e a dispensa de todas as obrigações unidas à sagrada ordenação do reverendo Cristián Precht Bañados. O mesmo decreto estabelece que o bispo comunique rapidamente a nova situação canônica do afetado ao povo de Deus”, afirma comunicado da Arquidiocese de Santiago, de acordo com a rede americana CNN.
Denúncias contra membros da comunidade religiosa dos Irmãos Maristas suscitaram a acusação de abuso sexual de crianças contra Precht, que sempre negou as acusações. O padre foi chefe do grupo de direitos humanos do Vicariato de Solidariedade da Igreja Católica que, na década de 1980, desafiou o então ditador Augusto Pinochet a acabar com a tortura no Chile.
Precht é apenas um dos casos da lista revelada em julho pela Procuradoria do Chile, que tem 158 membros da Igreja Católica chilena. Há bispos, padres e laicos investigados como autores ou acobertadores de abusos sexuais contra menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas.
Atualmente há 34 investigações em andamento, com processos pendentes, e outras 107 já foram concluídas. Em 23 dos casos houve condenações e um terminou em absolvição.
O papa aceitou a renúncia de cinco bispos chilenos, quatro deles acusados de encobrir os abusos sexuais cometidos por padres. Francisco criticou durante a hierarquia na Igreja chilena pelo tratamento dado às denúncias da vítima.
A preocupação com os casos de abuso sexual dentro da Igreja fez o papa convocar os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo para uma inédita cúpula em fevereiro de 2019. A reunião será realizada para discutir a prevenção aos casos e a proteção das vítimas.
O Brasil foi escolhido por Francisco, ao lado de Zâmbia e Filipinas, para desenvolver um projeto-piloto para dar voz das vítimas. A informação, dada pelo representante brasileiro na comissão, o leigo Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos, foi divulgada pelo Estado.