São Paulo – O consumo de vinho no Brasil aumentou 4,6% no primeiro semestre do ano se comparado ao mesmo período de 2014, um crescimento que acontece em um momento em que a economia do país dá sinais de fraqueza e que as famílias reduziram suas compras em 0,9% no primeiro trimestre, informou neste sábado o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
De acordo com a organização, os vinhos, sucos, espumantes e demais produtos derivados da uva registraram um crescimento de consumo, no qual se destaca o vinho tinto, com um aumento de 4,6%, que chegou aos 9,1 milhões de litros.
No caso do suco de uva, o consumo subiu 24,8% e o dos espumantes aumentou 22,7%, até os 4,9 milhões de litros.
“O próprio consumidor está sabendo apreciar o vinho, tanto nacional quanto importado, mas o volume consumido ainda é pequeno e nos dá espaço para crescer nos próximos anos”, declarou à Agência Efe Oscar Lo, presidente da Federação de Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho).
Segundo ele, por mais que o país enfrente uma “retração econômica”, nos últimos anos as famílias aumentaram seu poder de aquisição e incorporam o vinho ao hábito.
A forte desvalorização do real frente ao dólar encareceu as importações e incidiu na queda de 1,9% dos vinhos importados no Brasil no semestre.
No entanto, o chefe de promoção vinícola da embaixada da Espanha no Brasil, Antonio Correas, disse à Agência Efe que a “suave redução” não é tão alarmante.
“O consumo de vinho não compartilha do mesmo pessimismo existente em outros setores. Ele contínua vigoroso, apesar de certa queda do consumo em restaurantes”, comentou.
Para ele, o fortalecimento do produto nacional é positivo e contribui para construir nos brasileiros a cultura do vinho. Apesar dos problemas na economia, o Brasil continua sendo um mercado atrativo para os vinhos internacionais e a “tendência geral é de um mercado em crescimento”, diferente do espanhol e de outros grandes consumidores da Europa que enfrentam uma redução há vários anos.
Já para Lo, no começo do ano havia receios de que a retração econômica pudesse prejudicar o setor.
“Mas agora estamos comemorando os números porque completamos o primeiro semestre com crescimento em todas as categorias”, concluiu.EXAME
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