Uma recente investigação conjunta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu que o uso de antibióticos nas lavouras está mais difundido do que se pensava. A nova pesquisa foi uma análise de mais de 436.000 registros das clínicas da Plantwise em 32 países entre 2012 e 2018.
Os pesquisadores descobriram que 11 antibióticos (frequentemente misturados) estão sendo recomendados em culturas cultivadas nas Américas, Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático e países da orla do Pacífico. A variação regional é considerável tanto em quantidade quanto em classe de antibiótico, mas vale ressaltar que nenhuma recomendação de antibióticos foi registrada na África, apesar do grande número de registros dessa região, indica a pesquisa.
“Existe uma proporção considerável de consultores de culturas recomendando antibióticos contra pragas de insetos, ou os conselheiros não sabem que não terão impacto nas pragas de insetos ou estão recomendando antibióticos como medida preventiva contra doenças bacterianas”, afirmou Dr. Philip Taylor, principal autor do estudo.
De acordo com a pesquisa, embora as quantidades usadas nas lavouras em todo o mundo sejam comparativamente pequenas em relação ao uso médico e veterinário, esse nicho fornece alguns caminhos únicos pelos quais a resistência pode se desenvolver em patógenos humanos. Foi demonstrado que quando os antibióticos são misturados com outros agroquímicos, as bactérias podem desenvolver resistência ao antibiótico até 100.000 vezes mais rápido. Isso, associado ao consumo de alimentos crus, pode proporcionar uma avenida para a produção de bactérias resistentes.
Fonte: Agrolink