O ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) já entregou à Polícia Federal seus passaportes e não poderá deixar o Brasil mesmo que o país de destino não exija o documento. A medida foi imposta pelo desembargador do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) Paulo Fontes, em decisão emitida nesta quarta-feira (17) que liberou Puccinelli de usar a tornozeleira eletrônica que ele usava desde a última quinta-feira (11), quando a operação Máquinas de Lama foi deflagrada.
De acordo com a movimentação do processo que tramita na Justiça Federal, Puccinelli já entregou seus dois passaportes, o emitido no Brasil e o outro na Itália, seu país de origem. A tornozeleira que ele utilizava foi retirada ontem à noite, na Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual da Agepen.
O ex-governador também esteve na superintendência da PF para ficar ciente de que não pode deixar o Brasil mesmo que o destino seja algum país que não exige passaporte, como é o caso de países do Mercosul.
Na decisão de ontem, o desembargador também relaxou a obrigação de pagamento da fiança no valor de R$ 1 milhão. Até ontem, ele deveria pagar o valor sem contar com seus bens que estão bloqueados pela Justiça, mas de acordo com o desembargador, o valor poderá se retirado desse recurso.
A reportagem apurou que o valor será depositado em uma conta da Caixa Econômica Federal até o desfecho da investigação. Nenhum defensor de Puccinelli ou o próprio ex-governador foram encontrados para comentar a decisão.
A mesma decisão de entregar o passaporte para evitar a saída do Brasil também foi imposta pelo desembargador ao empresário Mirched Jafar, dono da Gráfica Alvorada, que deixou hoje o centro de triagem do Presídio de Segurança Máxima depois de habeas corpus aceito ontem pela Justiça.
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Operação
A Polícia Federal deflagrou a quarta fase da Operação Lama Asfáltica, batizada de Maquinário de Lama, na quinta-feira passada, uma semana atrás, dia 11. Foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de condução coercitiva, quando o citado é levado para depor na delegacia e três mandados de prisão.
De acordo com a PF, a então gestão de Puccinelli, segundo mandato, entre 2011 e 2014, teria arrecadado propina por meio de contratos ilegais na locação de maquinários que pavimentam estradas, contratos suspeitos para confecção de livros e também fraudes na liberação de incentivos fiscais a empresas.
Os três presos na ação da PF foram: André Luiz Cance,ex-secretário-adjunto da Fazenda, que já foi solto; Miched Jafar, dono da gráfica Alvorada, também já libertado. Jodascil Lopes, ex-servidor comissionado da Secretária Estadual de Educação, ainda permanece detido. A Justiça Federal examina o pedido de soltura dele.midiamax