Entretanto, se de um lado os vendedores se animaram com a notícia, do outro os compradores devem se retrair, afirmou o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez. Entenda!
Por Canal Rural
A alta do dólar mantém os preços da soja nos portos brasileiros em patamares acima dos R$ 100 por saca. Para ajudar na valorização dos preços no Brasil, as cotações na Bolsa de Chicago também estão em alta. Com isso os vendedores podem se animar, pois há a chance de negociar ainda mais soja do que já foi vendida, certo? Nem tanto, confira abaixo o que pensa o analista da Safras & mercado, Luiz Fernando Gutierrrez sobre isso!
Antes de mais nada, e de entrar nos méritos do dia, um levantamento parcial da consultoria Safras & Mercado indica que 76% da safra atual (2019/2020) já foi comercializada, bem a frente da do volume médio negociado no período que é de 55%.
E essa comercialização acelerada e antecipada também pode ser notada na safra 2020/2021, que ainda nem foi semeada. As vendas, até o momento, chegam a 23% no país, também bem à frente da média para o período que é de 8%.
Diante destas informações, o analista acredita que estas novas altas nos preços devem de fato agitar a ponta vendedora, mas nem tanto a compradora.
“Sempre quando o dólar atinge uma alta relevante no dia, renovando as máximas, como hoje que bateu os R$ 5,40, o mercado vendedor se agita. Como o volume da safra já negociado é grande, o mercado começa a trabalhar em um ritmo um pouco mais lento e os compradores devem se retrair um pouco e os negócios devem ficar mais difíceis de fechar”, diz ele.
Segundo o analista, mesmo com muitas vendas já fechadas os vendedores tendem a se lançar no mercado para tentar garantir um pouco mais de negócios com preços elevados. “O interesse de venda existe, até pelo altos patamares de preços que estão sendo negociados atualmente. No porto de Rio Grande os preços bateram nesta quarta-feira no patamar de R$ 103 por saca”, afirma Gutierrez..
Por fim , quando indagado sobre até quando os preços da soja devem se manter em patamares tão elevados no Brasil o analista comenta que até é possível prever até a metade do ano.
“O dólar deve se manter nos patamares acima de R$ 5 nos próximos meses, já que não há indícios e elementos que enfraqueçam essa tendência. O mundo ainda está em dúvidas de como será essa retomada da economia após o fim da pandemia de coronavírus. A tendência é que somente no segundo semestre os preços nacionais devem recuar um pouco, até pela entrada da nova safra de soja dos Estados Unidos e o interesse comprador ser voltado ao grão norte-americano”, afirma.