Alimentos afrodisíacos realmente existem e aumentam a libido?

Segredo pode estar em alguns componentes que ajudam a estimular a circulação, a impulsionar o bombeamento do sangue e a manter os hormônios em equilíbrio.
Por Mariana Garcia, g1

Ostra, chocolate, amendoim, pimenta… Ao longo da história, diversos alimentos foram considerados afrodisíacos. Mas, afinal, existe alguma comida que realmente melhore a nossa performance sexual? Qual a mágica por trás? O segredo está em alguns componentes.

A nutricionista Sabrina Theil, especialista em emagrecimento, prevenção de envelhecimento e qualidade de vida, ressalta que não existe nenhuma comprovação científica robusta sobre a eficácia desses alimentos. O que sabemos é que, para produzir hormônios, precisamos de nutrientes. E de onde eles vêm? Dos alimentos!

Existem alimentos em que a composição nutricional favorece a produção dos hormônios e pode existir uma correlação. Então, é correto dizer que há alimentos com uma tendência afrodisíaca“, explica a nutricionista.

Mas vale um alerta: eles não vão te transformar em um deus ou uma deusa do sexo, como a Afrodite, a deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade, que inspira a palavra afrodisíaco. Se você está procurando um alimento que ative o botão de desejo sexual, sentimos em informar, mas ele não existe.

“O que mais desperta o desejo é a intimidade, conversar sobre sexo, criar o desejo. O alimento não pode ativar nenhum botão no nosso corpo”, completa Theil.

(Esta reportagem faz parte de uma série do g1 sobre vida sexual que explica o que são disfunções sexuais e como tratá-las; além de mostrar como é o comportamento sexual do brasileiro; e como os antidepressivos podem afetar a libido.)

Ostra é considerada alimento com tendência afrodisíaca — Foto: lifeforstock no Freepik

Ostra é considerada alimento com tendência afrodisíaca — Foto: lifeforstock no Freepik

A ação dos compostos

🥩 A alimentação pode ter impacto na performance sexual. Alimentos ricos em zinco (carnes, ostras, frutos do mar), vitamina C (frutas cítricas) e selênio (castanhas) aumentam a produção de óxido nítrico, um potente vasodilatador que estimula o desejo sexual, explica a nutricionista Lara Natacci, diretora clínica da DietNet.

“Alguns alimentos podem estimular a circulação e bombeamento do sangue, manter os hormônios em equilíbrio. Os antioxidantes, por exemplo, acabam melhorando o organismo como um todo, minimizando ação dos radicais livres que podem estar relacionados com disfunção erétil“, explica Natacci.

🍎 Outro composto, a quercetina, age na defesa do organismo contra radicais livres, possui propriedades antioxidantes anti-inflamatórias. Esse flavonoide também desempenha uma função na regulação do fluxo sanguíneo – e pode aumentar o fluxo de sangue para os órgãos genitais. A quercetina está presente na maçã, brócolis, vinho tinto, cacau.

🍌 Já os alimentos com triptofano (presente no amendoim e na banana) podem auxiliar na produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar.

Outros alimentos também são estudados por possível efeito afrodisíaco:

  • Açafrão: pode deixar a região pélvica mais sensível, aumentando a sensação de prazer
  • Gengibre: aumenta o fluxo de sangue aos órgãos genitais e estimula o desejo sexual
  • Mel: estimula a síntese de hormônios sexuais que potencializam a libido
  • Castanhas: ajudam na lubrificação vaginal
  • Alecrim: estimula a potência sexual
  • Pimenta: pode favorecer o apetite sexual, pois aumenta a frequência cardíaca, estimulando a irrigação sanguínea

❤️‍🔥 E atenção: não adianta comer um balde desses alimentos antes da transa. O ideal é que você inclua no seu cardápio do seu dia a dia.

Além disso, é importante lembrar que a sexualidade é influenciada por uma série de fatores, como saúde física, mental e emocional, comunicação. As comidas podem adicionar um toque de romance e prazer, mas o conjunto de hábitos pode ter um impacto maior na sua vida sexual.