O valor milionário deveria ter sido investido na MS-171, MS-184 e MS-228
A gestão de André Puccinelli (PMDB) pagou R$ 11,8 milhões por serviços não realizados em três rodovias estaduais. Essa é a conclusão de auditoria feita pela atual administração do Governo de Mato Grosso do Sul, capitaneada pelo tucano Reinaldo Azambuja.
Conforme o estudo, realizado após questionamentos de produtores rurais do Estado, o valor milionário deveria ter sido investido na MS-171, MS-184 e MS-228.
A verba tinha como objetivo realizar o cascalhamento das rodovias estaduais. Oficialmente, os R$ 11,8 milhões foram gastos pela equipe de Puccinelli. Porém, o serviço não foi realizado, o que motivou a “curiosidade” dos produtores rurais, que buscaram apoio da administração de Reinaldo.
Após receber as denúncias, uma equipe foi criada com objetivo de analisar os gastos. O trabalho foi realizado por coordenadores e gerentes regionais de obras do Governo de MS. Os indícios de ilegalidades são “fortes”, conforme a auditoria, obtida pelo TopMídiaNews.
Um serviço realizado pela Provias Engenharia Ltda., a reestruturação do leito estradal da MS-184, foi o responsável pelo maior desvio de verbas, conforme os técnicos. A MS tem 50 quilômetros, e liga a BR-162 à MS-228.
Conforme a auditoria, a antiga administração pagou R$ 7,8 milhões no serviço, mas somente R$ 1,5 milhão foi efetivamente investido na melhoria. A diferença chega a R$ 6,2 milhões, que a atual administração não encontrou.
Mais ilegalidades
Já em outro suposto desvio, eram previstos praticamente 95 m³ de cascalhamento, porém menos de 22 m³ foram realizados, e R$ 4,3 milhões “sumiram” dos cofres estaduais.
Outra ilegalidade teria ocorrido em obra realizada por duas empresas: a Provias e a Proteco Engenharia Ltda., de propriedade de João Amorim, pivô das operações Lama Asfáltica e Coffee Break.
As duas empreiteiras foram contratadas para recuperação da estrutura de faixa de rolamento da MS-228, com revestimento primário e implantação de dispositivos de drenagem. Tudo isso entre a MS-427 e o vazamento do Castelo, entre os quilômetros 35 e 77.
As empresas alegaram medição de R$ 5 milhões. Porém, segundo a auditoria da equipe de Reinaldo Azambuja, elas só deveriam ter recebido R$ 2 milhões. Neste caso, o rombo é de R$ 2,9 milhões por serviço não realizado.
A fiscalização também encontrou irregularidades em uma obra da Proteco para recuperação da estrutura da faixa de rolamento na MS-171. Eram previstos 90 quilômetros de cascalhamento, mas a empresa só executou 63 deles. Neste caso a medição foi de R$ 4,5 milhões, as a empresa só deveria receber R$ 1,8 milhões, logo, o prejuízo chega a R$ 2,6 milhões. (TopMidia)