O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, isentou smartphones e computadores das “tarifas recíprocas” anunciadas por ele.
A agência de Alfândega e a Patrulha de Fronteiras dos EUA publicou um aviso na noite de sexta-feira (11/4) explicando que as mercadorias seriam excluídas da tarifa global de 10% anunciada por Trump para a maioria dos países – e também do imposto de importação exclusivo para a China, de 125%.
A medida ocorre após uma onda de preocupação entre empresas de tecnologia dos EUA, que temiam que o preço dos aparelhos poderia disparar, já que muitos deles são fabricados na China.
As isenções também incluem outros dispositivos e componentes eletrônicos, incluindo semicondutores, células solares e cartões de memória.
Não ficou claro se as importações de produtos de tecnologia vindos da China ainda serão atingidas por uma tarifa de 20% que não fazia parte das “tarifas recíprocas” anunciadas em 2 de abril. A BBC entrou em contato com a Casa Branca em busca de mais esclarecimentos.

Algumas estimativas sugeriram que os preços do iPhone e de outros produtos eletrônicos nos EUA poderiam ser multiplicados por três se os custos das tarifas tivessem sido repassados aos consumidores.
Os EUA são um grande mercado para iPhones e a Apple foi responsável por mais da metade de suas vendas de smartphones no ano passado, de acordo com a Counterpoint Research.
A empresa de pesquisa diz que até 80% dos iPhones da Apple destinados à venda nos EUA são fabricados na China, com os 20% restantes fabricados na Índia.
Junto com outros gigantes de smartphones, como a Samsung, a Apple vem tentando diversificar suas cadeias de suprimentos para evitar a dependência excessiva da China nos últimos anos.
A Índia e o Vietnã emergiram como pioneiros em outros centros de fabricação.
Com a entrada em vigor das tarifas, a Apple supostamente procurou acelerar e aumentar sua produção de dispositivos produzidos na Índia nos últimos dias.
Trump planejou uma série de tarifas elevadas sobre países ao redor do mundo, que entrarão em vigor nesta semana.
Mas na quarta-feira, ele rapidamente inverteu o curso, anunciando que implementaria uma pausa de 90 dias para países atingidos por tarifas mais altas dos EUA — com exceção da China — cujas tarifas ele aumentou para 145%. Trump disse que o aumento da tarifa chinesa se deve à prontidão do país em retaliar com sua própria taxa de 84% sobre produtos dos EUA.
Em uma mudança dramática de política, Trump disse que todos os países que não retaliassem as tarifas dos EUA receberiam uma suspensão — e só enfrentariam uma tarifa geral dos EUA de 10% — até julho.
A Casa Branca então disse que a medida era uma tática de negociação para extrair condições comerciais mais favoráveis de outros países.
Trump disse que seus impostos de importação abordarão a injustiça no sistema comercial global, além de trazer empregos e fábricas de volta às costas americanas. BBC