As tarifas de Donald Trump sobre produtos chineses podem tornar os iPhones significativamente mais caros nos Estados Unidos ainda este ano
A nova política tarifária anunciada pelo presidente Donald Trump pode impactar diretamente o bolso dos consumidores americanos. Com a decisão de manter uma alíquota de 125% sobre produtos importados da China, dispositivos como iPhones, notebooks, acessórios e outros eletrônicos podem sofrer aumento de preços ainda em 2025.
Essa elevação tarifária faz parte de uma nova rodada de medidas contra produtos chineses, enquanto outros países terão uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas. A mudança afeta diretamente empresas como a Apple, que tem boa parte de sua cadeia de produção concentrada na China. Analistas indicam que o impacto no preço dos iPhones pode ser sentido em poucas semanas, dependendo da disponibilidade dos estoques atuais nos Estados Unidos.

Estoques podem adiar aumento, mas não por muito tempo
- A Apple deve conseguir manter os valores atuais por um curto período, aproveitando os dispositivos já armazenados em território americano.
- Estimativas do mercado indicam que a empresa teria de três a seis semanas de estoque, dependendo da fonte.
- No entanto, quando esse volume for esgotado, o novo valor dos aparelhos já poderá refletir os custos adicionais da importação.
- O efeito direto das tarifas dependerá também da postura da Apple e de suas parceiras.
- Uma das possibilidades é a absorção parcial do custo extra para reduzir o impacto para os consumidores, mas especialistas apontam que o aumento pode ser inevitável.
- Um dos exemplos mais extremos vem de uma estimativa do banco UBS, que calcula que o iPhone 16 Pro Max, montado na China, poderia ficar US$ 800 (cerca R$ 4,6 mil) mais caro.
- Já unidades fabricadas na Índia teriam acréscimos bem menores, na casa dos US$ 45 (~R$ 260).
Apple pode adiar lançamentos ou mudar estratégia
Caso o cenário de tarifas se prolongue, a Apple poderá reavaliar suas estratégias de lançamento. Há precedentes: em 2020, durante a pandemia, a empresa adiou seu anúncio anual de setembro para outubro. Segundo analistas, mudanças temporárias no cronograma são uma alternativa para lidar com as novas pressões econômicas.
Internamente, a empresa já vinha transferindo parte de sua produção para países como Índia e Vietnã, em um esforço para reduzir a dependência da China. No entanto, componentes essenciais ainda são majoritariamente fornecidos por fabricantes chineses, o que mantém a vulnerabilidade diante de políticas tarifárias mais rígidas.

Produzir iPhones nos EUA ainda é improvável
Apesar do discurso da Casa Branca sobre a possibilidade de fabricação nos Estados Unidos, o custo de produção em solo americano seria significativamente mais alto. Estimativas indicam que um iPhone feito nos EUA poderia custar até US$ 3.500 (mais de R$ 20 mil), principalmente devido à mão de obra mais cara e à dificuldade de montar uma força de trabalho em larga escala no setor de montagem de dispositivos eletrônicos.
A Apple anunciou investimentos de US$ 500 bilhões no país, mas esses recursos estão sendo direcionados a outras frentes, como centros de dados e programas de capacitação. Até o momento, não há previsão de criação de fábricas de iPhones em território americano.
O cenário atual pressiona a Apple a tomar decisões estratégicas diante da nova política comercial dos EUA, o que pode afetar diretamente tanto a empresa quanto milhões de consumidores em seu maior mercado.
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