Espaçonave pousou às 14h07, no horário local, na Mongólia Interior
A China National Space Administration (CNSA), a agência espacial chinesa, informou, nesta terça-feira (25), que sua sonda lunar, a Chang’e-6, pousou com sucesso na Terra.
A sonda pousou às 14h07 desta terça-feira (25) no horário local (2h07 no horário de Brasília) na área predeterminada pela equipe da missão, em Siziang Banner, deserto localizado na Mongólia Interior.
Segundo a agência espacial chinesa, o pouso foi um sucesso, com a sonda obtendo êxito em trazer as primeiras amostras do lado oculto da Lua. Até o fechamento desta reportagem, não foram divulgadas imagens da sonda em solo terrestre.
Retorno da sonda lunar da China à Terra: passo-a-passo
- A CNSA destaca que, por volta de 13h41 (1h41 no horário de Brasília), a espaçonave entrou em nossa atmosfera sobre o Oceano Atlântico;
- Ela estava a cerca de 120 km acima do solo e em velocidade de cerca de 11,2 km/s;
- Quando estava em altitude de cerca de 10 km, o paraquedas da Chang’e-6 se abriu, completando a desaceleração final da sonda e mantendo altitude estável, pousando “suavemente na área pré-determinada”, indicou a agência;
- A seguir, técnicos do local de lançamento e do sistema de recuperação, responsáveis pela missão de busca e recuperação da espaçonave, planejaram o caminho de ação com base nas informações do local de pouso, a encontraram, confirmaram que ela estava em condições normais e realizou o trabalho de recuperação de maneira ordenada.
Como foi a passagem da Chang’e-6 pelo lado oculto da Lua
- Como o Olhar Digital noticiou, a sonda chinesa pousou com sucesso na Lua em 1º de junho e começou a coletar as amostras;
- Conforme a CNSA, a sonda guardou as amostras em contêiner dentro de seu ascensor;
- Então, o contêiner foi transferido para uma cápsula de reentrada na órbita da Terra;
- Segundo a agência estatal de notícias chinesa Xinhua, a Chang’e-6 pousou na Bacia Polo Sul-Aitken, cratera de impacto na Lua que existe há mais de quatro bilhões de anos. Ela possui 13 quilômetros de profundidade e diâmetro de 2,5 mil quilômetros;
- Vale ressaltar que missões no lado oculto da Lua são mais difíceis, pois, justamente por não estar voltado para a Terra, elas exigem satélites retransmissores para manter as comunicações, sem contar que o terreno é (ainda mais) acidentado, dificultando pousos.
Apesar da necessidade de satélite retransmissor para comunicação com a Terra no lado oculto da Lua, a Chang’e-6 teve autonomia aprimorada, de modo a depender menos do Queqiao-2, satélite de retransmissão chinês, além do suporte terrestre, disse Huang Hao, especialista espacial da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), à agência de notícias estatal da China.
Conforme dito anteriormente, o pouso da sonda na Mongólia Interior foi planejado, bem como a data em que isso iria acontecer. O Olhar Digital falou sobre este assunto aqui.
Sonda lunar da China: próximos passos
A CNSA disse ainda que, uma vez que todo o trabalho em solo a ser realizado com a Chang’e-6 for concluído, ela será transportada de avião para Pequim, onde o contêiner de amostra e sua carga serão removidos.
A nota da agência pontua ainda que, depois desses procedimentos, a Administração Espacial Nacional da China fará cerimônia, na qual entregará, formalmente, as amostras de rochas do lado oculto da Lua ao sistema de aplicação terrestre para armazenamento, análises e pesquisas.