No Brasil, mais de 400 casos da Sim-P foram confirmados pelo Ministério da Saúde.
Os sintomas graves aparecem dias ou semanas após a criança ser infectada pelo coronavírus Sars-CoV-2 e incluem febre acima de 40 graus, pressão muito baixa, dor abdominal, diarreia e vômito. Nos casos mais graves, o quadro pode levar à sepse.
Crianças e adolescentes geralmente desenvolvem formas mais leves da Covid-19 ou ficam assintomáticas, sem nenhuma manifestação que indique a presença da doença. Independente da intensidade da Covid-19 desenvolvida os mais jovens podem ter a Sim-P após a infecção.
Apesar dos números de internações no Reino Unido, país que vive uma alta de casos da Covid-19 desde o fim do ano passado, a síndrome é considerada rara. Pelo menos duas crianças teriam morrido em decorrência da síndrome no Reino Unido desde início da pandemia, afirma o jornal.
De acordo com um levantamento divulgado por Hermione Lyall, especialista em doenças infecciosas em crianças, a maior parte dos casos da Sim-P no Reino Unido foi registrada em crianças de origem afro-caribenha e asiática.
Ao Guardian a médica Liz Whittaker, do Royal College of Paediatrics and Child Health, afirmou que a genética pode ser uma das causas para essa população ser mais afetada, mas esse fardo desproporcional também pode ser reflexo da pobreza, uma vez que essas crianças têm contato com mais pessoas cujas profissões exigem maior exposição ao vírus e moram em casas com mais pessoas.
Levantamentos e estimativas apontam que crianças e adolescentes são menos de 10% dos infectados pelo vírus no mundo, mesmo representando cerca de 25% da população total. Cientistas lembram que, com as quarentenas impostas, as crianças circulam menos do que os adultos e ficam menos expostas à doença. Por serem geralmente assintomáticas, elas também fazem menos exames para detectar o vírus.
No Brasil, mais de 400 casos da Sim-P foram confirmados pelo Ministério da Saúde. Segundo boletim da pasta publicado em outubro do ano passado, 427 crianças com idades entre 0 e 19 anos tiveram a síndrome, e 29 delas morreram.
Segundo infectologistas pediátricos, as chances de recuperação aumentam com o diagnóstico rápido. Crianças com a síndrome ficam internadas em média cerca de 10 dias e devem passar por acompanhamento médico após a alta hospitalar.