Após a classificação, os atletas do Chelsea discursam no sentido de exaltar a grandeza do Palmeiras e admitiram encarar a disputa com seriedade e apetite, enquanto a maior parte dos fãs londrinos diz não conhecer a equipe treinada pelo português Abel Ferreira nem estão muito preocupados com a competição. Para muitos, o quer vale é o Chelsea seguir na Liga dos Campeões, com jogo importante já na semana que vem diante do Lille, pelas oitavas de final.
Os ingleses estão dando de ombros para o Mundial de Clubes até mesmo na cobertura da mídia. O site de um dos principais jornais da Inglaterra e do mundo, o The Guardian, por exemplo, não tinha informação sobre o Chelsea em sua primeira página na manhã desta quinta-feira, um dia após o time se garantir na final do torneio da Fifa. O assunto perdia espaço para Jogos de Inverno de Pequim, futebol nacional e NFL, com a decisão do futebol americano neste domingo.
Thiago Silva, evidentemente, conhece o Palmeiras melhor do que seus companheiros. Vai ajudar o treinador a montar o Chelsea levando em conta as qualidades do time brasileiro. Virou um informante. Para atletas sul-americanos, mesmo em clubes ‘frios’ como os europeus, é maior a motivação para ganhar um Mundial de Clubes. Times argentinos e brasileiros valorizam demais a competição, que está com seus dias contados neste atual formato – a Fifa deverá anunciar novidades em breve sobre a disputa.
O zagueiro da seleção brasileira disse que se recorda de ter ficado “impactado” nas vezes em que enfrentou o Palmeiras no antigo Palestra Itália e se impressionou com a festa dos torcedores em Abu Dabi na primeira partida. Comparativamente, apesar da distância, os palmeirenses são maioria em relação aos londrinos por enquanto nos Emirados Árabes. Estima-se que estejam entre 5 mil e 7 mil seguidores na cidade.
“A presença deles aqui faz o Palmeiras ser muito mais forte”, ressaltou Thiago Silva, para quem não há favorito na decisão de sábado, diferentemente do que apontam as casas de apostas. A Betfair, por exemplo, dá o Chelsea com 63% de ganhar a competição, e o Palmeiras com 25% – isso antes do início do torneio.
O britânico Mason Mount assistiu à vitória do Palmeiras na final da Libertadores sobre o Flamengo ao lado de Thiago Silva e Jorginho e buscou se informar com os colegas sobre o rival brasileiro. Chamou a atenção do jovem meio-campista a agressividade do time de Abel Ferreira.
“O Palmeiras me pareceu um time muito agressivo, com fome de vitória. Parece uma equipe muito boa. Mostrou muito coração”, opinou. Jorginho revelou que a comissão técnica mostrou vídeos da festa da torcida palmeirense na saída do ônibus no Brasil com a ideia de motivar os jogadores.
“A gente vai jogar concentrado. Todos no Chelsea sabem da importância desse torneio. É um troféu que ainda não temos”, pontuou o ítalo-brasileiro.
Torcedores dos “Blues” com quem o Estadão conversou em Abu Dabi, no entanto, desconhecem o Palmeiras. Todos disseram que o Mundial não é prioridade, embora queiram ganhar a taça, e afirmaram ter poucas informações sobre o time brasileiro. “Sei que é do Brasil e joga de verde”, limitou-se a dizer um dos fãs do Chelsea nos Emirados.
Os londrinos estavam em minoria no estádio contra os sauditas, que fizeram muito barulho na derrota de seu time para os ingleses. No total, havia 19.175 torcedores no Mohammed Bin Zayed, palco da semifinal e que também será o local da final.