Em mensagem televisionada do Palácio da Moncloa, em Madri, o premiê espanhol afirmou que atende ao pedido das autoridades regionais para reforçar a segurança e auxiliar nos esforços de resgate e recuperação.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou neste sábado (2) o envio de 10 mil soldados e policiais adicionais para as áreas devastadas pelas inundações que já resultaram em ao menos 211 mortes, a maioria na região de Valência, em cinco dias.
Em mensagem televisionada do Palácio da Moncloa, em Madri, o premiê espanhol afirmou que atende ao pedido das autoridades regionais para reforçar a segurança e auxiliar nos esforços de resgate e recuperação.
Enquanto isso, a população tenta retomar a normalidade limpando casas e ruas destruídas pelas inundações provocadas pelas chuvas. Um centro de artes e ciências, que normalmente recebe apresentações de ópera, foi transformado no ponto central das operações de higienização neste sábado. Voluntários se reuniram para a primeira operação de limpeza coordenada pelas autoridades regionais.
Na véspera, a chegada espontânea em massa de pessoas para ajudar complicou o acesso dos profissionais de emergência a algumas áreas, levando as autoridades a elaborar um plano sobre como e onde realocá-los.
Foi quando o presidente regional valenciano (equivalente ao governador no Brasil), Carlos Mazón, anunciou a abertura do centro de voluntariado “para melhor organizar e transportar a ajuda daqueles que estão colaborando na Cidade das Artes e das Ciências em Valência.”
Em algumas das áreas mais atingidas, parte da população recorreu ao saque porque não muitos não têm comida ou água. A polícia disse na sexta-feira (1º) que havia prendido 27 pessoas por saquear lojas e escritórios na região de Valência.
Mais de 90% dos lares da área atingida recuperaram a energia na sexta, segundo a empresa de serviços públicos Iberdrola, embora milhares ainda estivessem sem eletricidade em áreas isoladas de difícil acesso para os socorristas.
O número de desaparecidos ainda é desconhecido, mas alguns deles estão sendo encontrados dentro dos veículos arrastados pelas enchentes, nas garagens, nas estradas, nas próprias casas. Alguns ainda vivos, mas conforme passam os dias o medo é que o número de mortos dispare.
Cerca de 2.000 soldados já haviam sido mobilizados para buscar pessoas desaparecidas e ajudar os sobreviventes da tempestade, que desencadeou um novo alerta meteorológico nas Ilhas Baleares, Catalunha e Valência, onde as chuvas devem continuar durante o fim de semana.
Autoridades disseram que o número de mortos provavelmente continuará aumentando. Já é o pior desastre relacionado a inundações na Espanha em mais de cinco décadas e o mais mortal a atingir a Europa desde a década de 1970.
Supera ainda o número de mortos registrados no sul do Brasil, entre abril e maio deste ano. As inundações em Porto Alegre e em outras cidades do Rio Grande do Sul mataram 183, segundo dados da Defesa Civil.
Segundo a WWA (World Weather Attribution), rede de cientistas que estuda o papel das mudanças climáticas em eventos extremos, as tempestades que atingiram a Espanha nesta semana foram 12% mais intensas do que aquelas que ocorreram nos mesmos locais antes da revolução industrial.
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