Vítimas da covid-19 são homenageadas na data que marca um ano do registro do primeiro caso da doença no país.
Homenagens às vítimas da pandemia marcaram neste domingo (21) o aniversário de um ano do primeiro paciente infectado pela covid-19 na Itália, um dos países mais atingidos pelo novo coronavírus.
Em Codogno, cidade que registrou os primeiros casos de transmissão interna do vírus Sars-CoV-2 no país, foi inaugurado um memorial dedicado aos mortos na pandemia; enquanto Vo’, município onde residia a primeira vítima na Itália, as autoridades locais plantaram uma oliveira para relembrar quem faleceu devido à Covid-19.
O memorial de Codogno é constituído de três totens de aço que representam o município e seus dois distritos. Foi nessa cidade da Lombardia, na madrugada de 20 para 21 de fevereiro de 2020, que médicos detectaram o primeiro caso de Covid-19 na Itália que não havia sido importado da China.
Mattia Maestri, hoje com 39 anos, chegou a ficar um mês internado para tratar da doença, apesar de ser um maratonista amador, e a cidade enfrentou um duro lockdown com toque de recolher e bloqueios do Exército para conter o surto.
“Resiliência, a conhecemos bem. Comunidade, fomos uma família. Recomeço, temos diante de nós um ano no qual a ciência nos deu essa arma que é a vacina. Sabemos que esse é o caminho e que só com a vacinação em massa poderemos retomar nossas vidas e olhar para o futuro”, disse o prefeito de Codogno, Francesco Passerini, durante o evento.
Já em Vo’, no Vêneto, a cerimônia de plantação da oliveira em homenagem às vítimas reuniu políticos, médicos e membros da sociedade civil. “Fomos a primeira zona vermelha da Itália, fechados com um cordão sanitário que nos permitiu conter o contágio, mas, sem o nosso forte senso de responsabilidade, de nada teria valido aquele período de fechamento total”, declarou o prefeito Giuliano Martini.
A primeira vítima da Covid-19 na Itália foi o pedreiro aposentado Adriano Trevisan, de 78 anos, morto em 21 de fevereiro, no mesmo dia em que foi diagnosticado. Vo’ também foi colocada imediatamente em lockdown e se tornou um laboratório para cientistas, que conduziram testes em massa e uma operação de rastreio para entender, ainda nos primeiros dias da crise, os mecanismos de difusão do Sars-CoV-2.
“Foi um ano verdadeiramente difícil, tanto do ponto de vista social quanto econômico. Agradeço a todos os cidadãos por terem mantido a honra de nosso território e de nossa nação”, acrescentou o prefeito.
De acordo com o governo, a Itália registrou 2,8 milhões de casos e 95.486 óbitos em um ano de pandemia. Isso representa, segundo a Universidade Johns Hopkins, a sexta maior taxa de mortalidade pelo novo coronavírus em todo o mundo, atrás apenas de San Marino (que fica dentro da própria Itália), Bélgica, Eslovênia, Reino Unido e República Tcheca. TERRA