Tecnologia transmite ao vivo imagens de pessoas em tamanho real dentro de caixas que usam câmeras convencionais
A startup americana Proto anunciou a criação do que chamou de “a primeira plataforma de comunicações holográficas do mundo”. A tecnologia transmite vídeos 3D de pessoas em tamanho real por meio de uma caixa que usa espelhos gráficos inteligentes.
Os equipamentos podem fazer transmissões ao vivo ou exibir gravações prontas usando câmeras 4K, incluindo a de um iPhone. Tecnicamente, não se trata exatamente de um holograma, já que o método utiliza conceitos de ilusão de tridimensionalidade por meio de sombras e reflexos que fazem o cérebro acreditar que há, de fato, alguém dentro da caixa.
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A empresa disponibiliza dois modelos de tamanho normal: Proto Epic e Proto Luma, com valores que variam de US$ 29.000 (R$ 157,6 mil na cotação atual) a US$ 65.000 (R$ 350 mil), com possibilidade de aluguel mensal por US$ 2.500 (R$ 14 mil). Há também uma versão de mesa com 30 polegadas de altura a US$ 5.900 (R$ 32 mil).
Atualmente, a startup tem focado em clientes comerciais, incluindo parcerias com Amazon, Verizon, Siemens, Accenture, Walmart, NFL e redes de TV dos Estados Unidos. No futuro, a empresa pretende disponibilizar uma versão menor para salas de estar por menos de US$ 1.000 (R$ 5,4 mil).
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Para o fundador e CEO da empresa, David Nussbaum, as caixas possibilitam interações mais verdadeiras do que as de videochamadas. “Você está me vendo como se eu estivesse realmente lá. Isso significa que nossa conversa é mais autêntica. É mais envolvente”, disse em entrevista à CNN americana
Transmissões em aeroportos, hotéis e universidades
Em ações recentes, a Proto instalou caixas no aeroporto JFK de Nova York e no hotel Beverly Wilshire em Beverly Hills, na Califórnia, para oferecer diversos serviços aos clientes. Na Escandinávia, um hotel está usando a tecnologia para exibir publicidade.
A startup também começou parcerias com universidades para levar palestrantes de todo o mundo para eventos acadêmicos. As transmissões foram feitas no MIT, na Flórida Central e Stanford, nos Estados Unidos, além da Universidade de Loughborough, no Reino Unido.
“Em nossos testes iniciais de mini-palestra, ficou claro que os alunos sentiram uma forte sensação de copresença com o palestrante do holograma — acreditando que eles estavam ‘na sala’, conscientes e se comportando como um palestrante autêntico”, disse o professor de criatividade digital Gary Burnett.
As caixas Proto também estão sendo pensadas como uma possibilidade de transmitir imagens de médicos para atendimentos em locais remotos.
Nussbaum contou ainda que usa a tecnologia com a própria família, conectando os filhos em Los Angeles com os pais em Nova Jersey. “Estou tendo um pequeno vislumbre do futuro ao observar meus pais e meus filhos tendo um relacionamento a 3.000 milhas de distância. Isso, para mim, é uma das melhores coisas que estamos fazendo”, afirmou.