Algumas pessoas testaram o SearchGPT, buscador da OpenAI anunciado para competir com o Google – será que é tudo isso mesmo?
A OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, ainda tem muito trabalho pela frente antes de ameaçar o negócio de buscas do Google. É o que afirma uma reportagem do Washington Post. O jornal entrevistou testadores do SearchGPT e assistiu vídeos com as primeiras impressões sobre o buscador.
O SearchGPT da OpenAI usa inteligência artificial para fornecer respostas elaboradas – citando fontes e resumindo informações de diferentes páginas da web. Mas a ferramenta tropeçou em algumas consultas de compras e buscas locais. E apresentou informações incorretas ou “alucinações” em algumas ocasiões.
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A OpenAI anunciou o SearchGPT no final de julho. E, nas últimas semanas, começou a disponibilizar o protótipo do buscador para 10 mil testadores iniciais.
SearchGPT da OpenAI é bom, mas falta muito para ameaçar a Busca do Google
Ananay Arora, engenheiro de software e pesquisador de IA e cibersegurança, está entre os que tiveram acesso ao protótipo do SearchGPT. Ele é um dos que disse ao jornal que, por enquanto, o buscador não parece representar uma grande ameaça ao Google.
Arora ficou satisfeito com os resultados de uma consulta sobre restaurantes locais. Mas em outras buscas se sentiu decepcionado com as imagens fornecidas pelo SearchGPT. E achou a forma como as fontes são rotuladas confusa em alguns casos.
Daniel Lemire, um profissional de tecnologia que dirige a organização educacional AI Mistakes, foi mais positivo na conversa com o jornal. Ele disse que considera o SearchGPT melhor do que as respostas geradas por IA que o Google adicionou ao seu buscador (disponíveis no Brasil). “Eu escolheria o SearchGPT em vez do Google em qualquer dia”, disse.
SearchGPT, Google e Perplexity
Tanto Arora quanto Lemire disseram que a interface e as respostas do SearchGPT foram menos impressionantes do que o que uma startup menor, a Perplexity, conseguiu ao tentar reinventar a busca na web com IA.
A Perplexity usa IA para pesquisar na web e fornecer respostas diretas, com links para as fontes. A empresa construiu seu próprio “índice da web” – um catálogo gigante de sites na internet – e também usa alguns dados do Google e do Bing.
O entusiasta de IA Matt Berman compartilhou algumas de suas próprias experiências com o SearchGPT num vídeo postado no YouTube recentemente. E ele incluiu comparações de resultados com a Perplexity e o Google em buscas sobre resultados das Olimpíadas e o atentado contra o ex-presidente dos EUA Donald Trump.
Berman considerou que as ferramentas de busca por IA superaram os resultados do Google em questões como planejamento de eventos ou como corrigir um erro de código. E disse que o SearchGPT “acertou em cheio” ao listar os três principais cinemas da sua vizinhança e explicar por quê.
No entanto, Berman também se deparou com um exemplo do problema de as ferramentas de IA fornecerem informações incorretas ou “alucinações”. “Um grande ponto negativo da busca com IA é que ela te dará respostas com total confiança, mesmo que sejam falsas”, disse.
