Se alguém pedisse para você andar através de um campo em diagonal, você saberia o que fazer? E se alguém oferecesse a você 20 libras (cerca de R$ 126) hoje ou o dobro do valor em um mês, você iria querer esperar?
Como você alinharia 10 fotografias dos seus pais se alguém pedisse para colocá-las em ordem cronológica? Você as colocaria horizontal ou verticalmente? Em qual direção se moveria a sua linha do tempo?
Estas parecem ser questões simples, mas, surpreendentemente, suas respostas podem ser influenciadas pelo idioma — ou os idiomas — que você fala.
No nosso novo livro Are You Thinking Clearly? (“Estamos Pensando com Clareza?”, em tradução livre) exploramos os muitos fatores internos e externos que influenciam e manipulam a forma como pensamos, desde a genética até a tecnologia digital e a publicidade.
E, aparentemente, os idiomas podem exercer efeito fascinante sobre a forma em que pensamos sobre o tempo e o espaço.
A relação entre o idioma e a nossa percepção dessas duas importantes dimensões é o centro de uma questão debatida há muito tempo: o pensamento é universal e independente da linguagem ou o idioma determina nossos pensamentos?
Poucos pesquisadores acreditam hoje em dia que os nossos pensamentos são inteiramente moldados pelo idioma — afinal, sabemos que os bebês pensam antes de começar a falar. Mas cada vez mais especialistas acreditam que o idioma pode influenciar como pensamos, da mesma forma que os nossos pensamentos e a nossa cultura podem moldar o desenvolvimento dos idiomas.
“É realmente uma via de mão dupla”, segundo a linguista Thora Tenbrink, da Universidade de Bangor, no Reino Unido. E, para o psicólogo cognitivo Daniel Casasanto, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, é difícil ignorar as evidências de que o idioma influencia o pensamento.
Sabemos, por exemplo, que as pessoas se lembram das coisas às quais prestam mais atenção. E diferentes idiomas nos forçam a prestar atenção em uma série de coisas diferentes, que podem ser o gênero, o movimento ou as cores.
“Este é um princípio cognitivo que, eu acho, ninguém mais contesta”, afirma Casasanto.
Linguistas, neurocientistas, psicólogos e outros profissionais vêm tentando há décadas descobrir as formas em que o idioma influencia os nossos pensamentos. Muitas vezes, eles se concentram em conceitos abstratos, como o tempo e o espaço, que são abertos a interpretações. Mas conseguir resultados científicos não é fácil.
Se compararmos apenas o pensamento e o comportamento das pessoas que falam diferentes idiomas, é difícil ter certeza se as diferenças não se devem à cultura, à personalidade ou a outro fator completamente diferente.
O papel central desempenhado pelo idioma na nossa expressão também dificulta sua separação das outras influências. Mas existem formas de contornar esse dilema.
Sabemos, por exemplo, que as pessoas frequentemente usam metáforas para pensar em conceitos abstratos — “preço alto”, “tempo longo” ou “mistério profundo”, por exemplo.
Casasanto ensina frequentemente às pessoas no seu laboratório o uso de metáforas de outros idiomas (na sua própria língua) e pesquisa qual o impacto na sua forma de pensar.
Desta forma, você não está comparando pessoas de culturas diferentes, o que pode influenciar os resultados. Você está se concentrando em como o pensamento é alterado nas mesmas pessoas, da mesma cultura, falando de duas formas diferentes. As diferenças culturais são retiradas da equação.
A cientista cognitiva Lera Boroditsky, uma das pioneiras das pesquisas sobre como o idioma manipula nossos pensamentos, demonstrou que os falantes do idioma inglês tipicamente observam o tempo como uma linha horizontal.
Eles podem transferir reuniões para frente ou trazer os prazos para trás. Eles também tendem a observar o tempo como se movendo da esquerda para a direita, muito provavelmente da mesma forma que você está lendo este texto em português, ou da forma em que a língua inglesa também é escrita.
Esta relação entre o tempo e a direção de escrita do texto também se aplica a outros idiomas. Os falantes nativos de hebraico, por exemplo, leem e escrevem da direita para a esquerda e imaginam o tempo seguindo a mesma direção do seu texto.
Se você pedir para um falante de hebraico colocar fotografias em ordem cronológica, muito provavelmente ele começará com as imagens mais antigas à direita e irá posicionar as mais recentes à esquerda.
Já os falantes de mandarim, muitas vezes, idealizam o tempo como uma linha vertical – a parte de cima representa o passado e a de baixo, o futuro. Eles usam a palavra 下, xià (“baixo”) para falar sobre eventos futuros, por exemplo. Assim, “a próxima semana” fica, literalmente, “a semana para baixo”.
E, como ocorre com o inglês e o hebraico, também está de acordo com a forma em que o mandarim era lido e escrito tradicionalmente – em linhas verticais, de cima para baixo.
Esta associação entre a forma como lemos e organizamos o tempo nos nossos pensamentos também traz impactos sobre a nossa cognição temporal. Falantes de diferentes idiomas processam informações sobre o tempo com mais rapidez se estiverem organizadas na mesma direção da escrita do seu idioma.
Um experimento demonstrou, por exemplo, que as pessoas que falam inglês como única língua determinavam com mais rapidez se uma imagem era do passado ou do futuro (representado por imagens de ficção científica) se o botão que eles precisavam pressionar para indicar o passado estivesse à esquerda do botão do futuro, do que se eles estivessem na posição inversa.
Para os falantes de inglês, não fazia diferença se os botões fossem colocados um acima ou abaixo do outro.
O tempo dos bilíngues
Tudo começa a ficar mais estranho quando observamos as mentes de pessoas que falam fluentemente mais de um idioma.
“Com os bilíngues, você está literalmente observando dois idiomas diferentes na mesma mente”, explica o linguista Panos Athanasopoulos, da Universidade de Lancaster, no Reino Unido. “Isso significa que você pode estabelecer um papel causal da língua sobre a cognição, se concluir que o mesmo indivíduo altera seu comportamento quando muda o contexto do idioma.”
Falantes bilíngues de mandarim e inglês que moram em Singapura demonstraram preferência pelo mapeamento do tempo mental da esquerda para a direita e não ao contrário. Mas, surpreendentemente, esse mesmo grupo também reagiu com rapidez às imagens ordenadas no tempo se o botão do futuro estivesse localizado abaixo do botão do passado – em sintonia com o idioma mandarim.
Isso, de fato, também sugere que os bilíngues podem ter duas visões diferentes de direção do tempo, particularmente se aprenderem os dois idiomas desde cedo.
Mas não estamos necessariamente presos a pensar de uma certa maneira para sempre. É fascinante observar que Casasanto demonstrou que é possível reverter rapidamente a representação do tempo mental das pessoas, treinando-as para que leiam textos invertidos no espelho, em direção oposta àquela a que estão acostumadas.
Isso faz com que as pessoas reajam com mais rapidez a indicações que mostrem o tempo correndo no sentido oposto ao de costume.
Mas tudo pode ficar ainda mais interessante. Em inglês e em vários outros idiomas europeus, nós tipicamente observamos o passado como estando atrás de nós e o futuro à nossa frente. Em sueco, por exemplo, a palavra para “futuro”, framtid, significa literalmente “tempo à frente”.
Mas, em idioma aimará – falado pelo povo aimará, que vive nos Andes da Bolívia, Chile, Peru e Argentina – a palavra para futuro significa “tempo atrás”. O raciocínio é que, como não podemos ver o futuro, ele deve estar atrás de nós.
De fato, quando os aimarás falam sobre o futuro, eles costumam fazer gestos voltados para trás. Já as pessoas que falam espanhol, por exemplo, que veem o futuro à sua frente, gesticulam para frente.
Da mesma forma que os aimarás, os falantes de mandarim também imaginam o futuro atrás deles, chamando “anteontem” de “dia em frente” e “depois de amanhã” de “dia atrás”. E as pessoas bilíngues que falam inglês e mandarim tendem a alternar entre o conceito de futuro à frente e atrás, às vezes de forma conflitante.
Casasanto observou também que as pessoas costumam usar metáforas espaciais para falar sobre a duração do tempo. Em inglês, francês, alemão e nos idiomas escandinavos, por exemplo, uma reunião pode ser “longa” e um feriado, “curto”, da mesma forma que em português.
Casasanto demonstrou que essas metáforas são mais do que formas de falar. As pessoas conceitualizam os “comprimentos” de tempo como se fossem linhas no espaço.
Inicialmente, ele acreditava que fosse algo universal, para todas as pessoas, independentemente do idioma que elas falam. Mas, ao apresentar suas conclusões em uma conferência na Grécia, ele foi interrompido por uma pesquisadora local que insistia que isso não era correto no seu idioma.
“Minha primeira reação foi um tanto depreciativa”, admite Casasanto, que acabou dobrando sua aposta. Mas ele conta que, em um dado momento, “parou de falar e começou a ouvir”.
E o resultado mudou o curso da sua pesquisa para concentrar-se nas diferenças relativas ao idioma, não mais no pensamento universal. Ele descobriu que, na Grécia, as pessoas tendem a ver o tempo como uma entidade tridimensional, como uma garrafa, que pode estar cheia ou vazia. Por isso, em grego, uma reunião não é “longa”, mas sim “grande” ou “muita”, enquanto um intervalo não é “curto”, mas sim “pequeno”. E o mesmo ocorre em espanhol.
“Eu posso falar em ‘tempo longo’ [em inglês ou português], mas, se usar essa expressão em grego, as pessoas irão achar engraçado”, explica Athanasopoulos, que é falante de grego nativo. “Eles irão pensar que estou usando de forma poética ou para enfatizar algo.”
Athanasopoulos achou fascinantes as conclusões de Casasanto e começou a investigar essa questão.
Ele colocou falantes de sueco e de espanhol em frente a uma tela de computador e pediu a eles que estimassem quanto tempo havia passado enquanto assistiam a uma linha crescer ou a um recipiente ficar cheio. A questão é que os dois eventos ocorriam em velocidades diferentes.
Os falantes de sueco como único idioma enganaram-se facilmente quando foi exibida a linha. Eles acreditavam que uma linha mais longa significava que havia decorrido mais tempo, mesmo quando não fosse o caso. Mas suas estimativas de tempo não foram influenciadas pelo enchimento de um recipiente. Já para os falantes de espanhol, foi exatamente o contrário.
Athanasopoulos prosseguiu com seus estudos, agora observando falantes bilíngues de espanhol e sueco – e suas conclusões foram notáveis.
Quando a palavra para “duração” em sueco (tid) aparecia no canto superior da tela do computador, os participantes estimavam o tempo usando o comprimento da linha e não eram prejudicados pelo volume do recipiente. Mas, quando a palavra era substituída pelo termo em espanhol (duración), os resultados se invertiam completamente.
E o efeito sofrido pelos bilíngues devido às metáforas de tempo do seu segundo idioma era proporcional à sua proficiência naquela língua.
Os idiomas e a física
Essas peculiaridades linguísticas são fascinantes, mas qual o seu impacto real sobre o nosso pensamento?
Casasanto levanta um ponto curioso. Quando você imagina o tempo sobre uma linha, cada ponto é fixado de forma que dois pontos no tempo não possam trocar de lugar – existe uma seta rígida. Mas, em um recipiente, os pontos do tempo estão flutuando e podem ser capazes de mudar de lugar.
“Venho me perguntando há muito tempo se a nossa física do tempo pode ser moldada pelo fato de que os falantes de inglês, alemão e francês foram fundamentais para sua criação”, afirma ele.
É interessante observar que o tempo é um problema cada vez mais delicado na física e a impede de reunir seus diferentes ramos.
Os físicos passaram muito tempo imaginando o tempo como uma seta, avançando de forma estável do passado para o futuro. Mas as teorias modernas são mais complicadas.
Na teoria da relatividade geral de Einstein, por exemplo, o tempo não parece fluir na maior escala do universo, o que é uma ideia estranha até mesmo para os físicos. Na verdade, o passado, presente e futuro parecem existir todos simultaneamente – como se fossem pontos flutuando em uma garrafa.
Talvez o tempo como metáfora linear tenha apenas retardado o desenvolvimento da física. “Este seria um efeito bastante surpreendente do idioma sobre o pensamento”, destaca Casasanto.
A preocupação com o futuro
Os idiomas também codificam o tempo na sua gramática. Em português, o futuro é um de três tempos simples, além do passado e do presente. Nós dizemos “choveu”, “chove” e “choverá”, por exemplo.
Mas, em alemão, você pode dizer Morgen regnet, que significa “chove amanhã”. Você não precisa conjugar o futuro.
E o mesmo ocorre em vários outros idiomas, incluindo o mandarim. Nele, as circunstâncias externas muitas vezes indicam que algo irá acontecer no futuro, como “saio de férias no mês que vem” – o que também se diz em português, mas apenas informalmente.
Como isso afeta nossa forma de pensar?
Em 2013, o economista comportamental Keith Chen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, procurou determinar se as pessoas que falam idiomas “sem futuro gramatical” podem sentir-se mais próximas do futuro que as que falam outros idiomas.
Por exemplo, o alemão, chinês, japonês, holandês e as línguas escandinavas não têm barreiras linguísticas entre o presente e o futuro. Já os idiomas “com futuro”, como o inglês, francês, italiano, espanhol e grego, incentivam seus falantes a observar o futuro como algo separado do presente.
Ele concluiu que os falantes dos idiomas sem futuro têm mais propensão a dedicar-se a atividades voltadas para o futuro. Eles demonstraram probabilidade 31% maior de depositar dinheiro na poupança em qualquer ano dado e haviam acumulado 39% mais dinheiro para a aposentadoria.
Eles também tinham 24% menos probabilidade de fumar, 29% a mais de ser fisicamente ativos e 13% menos chance de ser clinicamente obesos.
Estes resultados se mantiveram até quando eram controlados fatores como a situação socioeconômica e a religião. E, de fato, os países da OECD (o grupo das nações industrializadas) com idiomas sem futuro poupam, em média, 5% mais do seu PIB por ano.
Pode parecer que esta correlação é um mero acaso e que razões históricas e políticas complexas podem ser as verdadeiras causas. Mas Chen vem investigando desde então se variáveis como a cultura ou a relação entre os idiomas poderiam estar influenciando os resultados.
E, quando ele descontou esses fatores, a correlação ficou mais fraca, mas ainda se manteve na maior parte dos casos. “A hipótese ainda parece surpreendentemente robusta para mim”, argumenta Chen.
Ela também é sustentada por um experimento realizado em 2018 na cidade bilíngue de Meran/Merano, no norte da Itália, onde cerca de metade dos habitantes fala alemão (que não tem futuro gramatical) e a outra metade, italiano (que conjuga o futuro).
Os pesquisadores estudaram 1.154 crianças da escola primária para determinar sua capacidade de resistir à tentação, perguntando se elas gostariam de receber dois vales (que podiam ser trocados por presentes) no final do experimento ou uma recompensa maior (três, quatro ou cinco vales) dali a quatro semanas.
Eles descobriram que as crianças de fala alemã, em média, tinham 16 pontos percentuais a mais de probabilidade de aguardar para receber um número maior de vales do que as crianças de língua italiana – confirmando a hipótese de Chen. E os resultados se mantiveram mesmo controlando as atitudes de risco, o QI, os antecedentes familiares e a área residencial das crianças.
As referências espaciais
Os efeitos do idioma podem estender-se ainda mais para o nosso mundo físico, influenciando como nos orientamos no espaço. Diferentes idiomas podem nos forçar a pensar em termos de “quadros de referência” específicos.
Como demonstraram Lera Boroditsky e sua colega Alice Gaby, o povo aborígene australiano Kuuk Thaayorre, por exemplo, usa os pontos cardeais – norte, sul, leste e oeste – para falar até de coisas comuns, como “o copo está a sudoeste de você”.
Isso é chamado de quadro de referência “absoluta”: as coordenadas fornecidas são independentes do ponto de vista do observador ou da localização de objetos de referência.
Mas muitos idiomas, incluindo o inglês e o português, usam termos um tanto confusos para orientação espacial, como “perto”, “à esquerda”, “atrás” ou “acima”. E, como se não fosse suficiente, também precisamos calcular a qual quadro de referência eles se aplicam.
Se alguém disser para você pegar as chaves que estão à direita do computador, seria no lado direito do computador ou no lado direito de quem olha para o computador? A primeira perspectiva é chamada de quadro de referência “intrínseca” (que tem dois pontos de referência: o computador e as chaves), enquanto a última é chamada de quadro de referência “relativa” (existem três pontos de referência: o computador, as chaves e o observador).
Isso pode moldar a forma como pensamos e nos orientamos. E é algo a se ter em mente se você estiver marcando um local de encontro com alguém que fala um idioma diferente do seu. Os falantes de alguns idiomas, por exemplo, concentram-se mais nas ações do que no contexto mais amplo.
Depois de assistir a vídeos que mostram movimentos, falantes de inglês, espanhol, árabe e russo costumam descrever o que aconteceu em termos de ações, como “um homem andando”. Já os falantes de alemão, africâner e sueco concentraram-se no quadro holístico, incluindo o destino, descrevendo a cena como “um homem anda em direção a um carro”.
Panos Athanasopoulos relembra um incidente que expôs claramente como isso pode interferir com a orientação espacial.
Ao trabalhar em um projeto linguístico, ele saiu para um passeio com um grupo de pesquisadores estrangeiros em uma zona rural da Inglaterra. Eles pretendiam ir de uma cidade para uma pequena aldeia. Para isso, era preciso atravessar uma propriedade privada andando através de um campo, segundo uma placa que dizia: “atravesse o campo em diagonal”.
Para os falantes de inglês e espanhol, era algo intuitivo. Mas uma falante de alemão hesitou, parecendo levemente confusa.
Quando alguém mostrou o caminho através do campo e que, no final, havia uma igreja, ela finalmente concluiu: “Ah, então você quer dizer que devemos andar em direção à igreja?” Ela precisava de um ponto inicial e um destino para visualizar a linha diagonal a que se referia a placa.
À medida que os estudos avançam, fica cada vez mais claro que o idioma influencia a forma em que pensamos sobre o mundo à nossa volta e nossos caminhos através dele. O que não significa que uma língua seja “melhor” do que outra. Como defende Thora Tenbrink, “o idioma desenvolve aquilo de que seus usuários precisam”.
Conhecer como os idiomas são diferentes pode nos ajudar a pensar, transitar e comunicar melhor. E, ainda que ser poliglota não faça de você necessariamente um gênio, todos nós podemos ganhar novas perspectivas e uma compreensão mais flexível do mundo, aprendendo um novo idioma.
* Miriam Frankel e Matt Warren são jornalistas científicos e autores do livro ‘Estamos Pensando com Clareza?’.
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-63639348
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.