Região sul de MS ainda tem mais de 100 mil hectares de soja em boas condições

Boletim Casa Rural elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) a partir do levantamento de campo realizado na primeira semana de janeiro aponta 194.574,63 hectares de soja em condições ruins na região sul do Estado. Outros 102.445,83 hectares foram classificados como bons e 289.575,47 hectares regulares.

O documento publicado por Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho) indica que até o momento a maioria das lavouras Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti apresentam condições regulares a ruins, stand com plantas irregulares, morte e enrolamento das folhas. 

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Embora mencione infestações de plantas daninhas, pragas e doenças dentro dos níveis de controle, o levantamento verificou que o regime de chuva ficou abaixo do esperado, sobretudo por causa da estiagem do mês de dezembro de 2021. É apontada expectativa de rendimento baixo na produção, entretanto, a definição da safra será nos meses de janeiro e fevereiro.

Em Angélica, que cultivou 17.704,31 hectares, 60% estão em condição regular e 40% ruim. Essas proporções chegam a 70% e 30% em Caarapó, que semeou 118.941,96 hectares, 60% e 40% em Deodápolis, com 18.497,49 hectares, 50% e 50% em Glória de Dourados (6.199,57 hectares), 20% e 80% em Ivinhema (20.228,13 hectares), 40% e 60% em Juti (37.470,16 hectares), e 50% por 50% em Vicentina (9.564,05 hectares). 

Em Douradina, que plantou 17.145,02 hectares, 10% estão em condições boas, 60% regular e 30% ruim. Nos 230.301,12 hectares com soja em Dourados, são 30% bons, 40% regulares e 30% ruins. Fátima do Sul, com 15.222,46 hectares, está na proporção de 20%, 50% e 30%, e Itaporã, que cultivou 95.321,65 hectares, teve 30% classificados como bom, 50% regular e 20% ruim.

Em todo Mato Grosso do Sul, foram cultivados 3,776 milhões de hectares de soja para safra 2021/2022 e as estimativas de produtividade foram reduzidas de 56,38 para 53,69 sacas por hectare. Isso impacta na projeção de produção, que foi de 12,773 milhões de toneladas para 12,164 milhões de toneladas. 

Ainda de acordo com o boletim Casa Rural, “analisando o contexto da estiagem no estado de Mato Grosso do Sul, identificou-se que o estresse hídrico foi mais acentuado em áreas de primeiro ano, e plantio convencional, com presença de plantas com estádio de desenvolvimento prematuro, ou seja, antes do fechamento do dossel da lavoura, estádios que vão desde V3 a VN”. 

O Siga-MS aponta haver “outras áreas que foram atingidas quando as plantas estavam no período reprodutivo, desde o florescimento ao enchimento de grão”, acrescentando que “a deficiência hídrica nesses períodos gera perdas irreversíveis, pois interfere diretamente na reserva nutricional do grão (lipídios, carboidratos e proteínas)”. 

“Os sintomas encontrados vão desde a morte de plantas (reduzindo drasticamente o stand de plantas na lavoura), amarelamento das folhas, nanismo de plantas, enrolamento das folhas, queda de folhas e aceleramento das fases fenológicas (planta entra em senescência mais rápido)”, detalha. 

Mesmo assim, o documento aponta que “os riscos de danos causados pela estiagem ainda não foram finalizados, pois o clima ainda demonstra uma grande variação nas regiões produtoras”. 

Apesar das incertezas quanto ao potencial produtivo das lavouras, levantamento realizado pela Granos Corretora aponta que até 10 de janeiro de 2022 Mato Grosso do Sul já havia comercializado 36,50% da safra 2021/22. É um índice 24% inferior ao de igual período de 2021 para o ciclo 2020/21. 

Outra informação contida no boletim Casa Rural é sobre o preço médio da saca de 60 quilos de soja, que registrou valorização de 1,63% entre 03 a 10/01/2022 e foi cotada ao valor médio nominal de R$ 166,33 na segunda-feira (10). 

“As cotações disponíveis no site Notícias Agrícolas registram valorização de 1,63% no preço da saca de soja no mês janeiro/2021. A estimativa de redução na produção e o atual patamar da taxa de câmbio justificam a valorização no preço da oleaginosa. O preço médio de janeiro é de R$ 165,44/sc ao comparar com igual período de 2021 houve alta nominal de 12,08%, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 147,61/sc”, detalha. DOURADOS NEWS

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