A Uveíte é uma doença nos olhos que pode ser grave, levando, em situações extremas, à cegueira. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces são importantes para evitar complicações graves. A uveíte é um conjunto de doenças, decorrente de uma inflamação da úvea, que envolve três estruturas principais: íris (a parte colorida do olho), corpo ciliar e coróide (membrana que abastece a região com sangue).
A uveíte afeta aproximadamente 1 em 4.500 pessoas e é mais comum entre as idades de 20 a 60 anos, sendo homens e mulheres afetados igualmente. Pode estar ligada a doenças sistêmicas infecciosas, autoimunes ou ser idiopática (de causa desconhecida). As causas mais comuns são traumas oculares, infecções por vírus, bactérias e fungos, doenças como toxoplasmose, tuberculose, herpes, lúpus, leucemias, linfomas, entre outros. Os principais sintomas são olhos vermelhos, fotofobia (sensibilidade à luz), dor ocular, visão turva, manchas escuras que flutuam no campo visual (“moscas volantes”), cefaléia e outros.
A doença pode ser classificada pela sua localização no olho: anterior (na frente), intermediária (no meio), posterior (no fundo) e pan-uveíte (difusa e acometendo todo o olho).
Uveíte anterior: apresenta-se sob a forma de irite ou iridociclite. Os sintomas incluem vermelhidão, dor, sensibilidade à luz, visão turva e moscas volantes escuras no campo de visão. A irite caracteriza-se pela inflamação da íris e da câmara anterior. Enquanto que a iridociclite é a inflamação que afeta a íris e o corpo ciliar.
Uveíte intermediária: apresenta-se como forma de vitreíte, que é a inflamação da úvea na cavidade vítrea. Os olhos são calmos ou discretamente vermelhos, com presença de inflamação leve na parte da frente.
Uveíte posterior: apresenta-se sob a forma de coriorretinite, que é a inflamação da retina e da coróide. Os sintomas neste tipo têm um início mais insidioso, apresentando pouca ou nenhuma dor, fotofobia mínima e turvação da visão e perceção de corpos flutuantes.
Pan-uveíte: é a inflamação de todas as camadas da úvea (íris, corpo ciliar e coróide).
Os sintomas são: Hiperemia (olho vermelho), fotofobia (sensibilidade à luz), dor, visão turva, embaçada e pequenos pontos escuros que se movimentam.
Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da uveíte, tais como: predisposição genética, pessoas com alterações em determinados genes podem ser mais propensos a desenvolver a doença; contrair uma infecção, diversas infecções, como a toxoplasmose, tuberculose, herpes, sífilis, entre outras, podem aumentar o risco de contrair uveíte; existência de doença autoimune ou inflamatória, como Doença de Behçet, espondilite anquilosante, sarcoidose, artrite psoriática, Doença de Crohn, entre outras; e histórico de lesão ocular, o trauma ocular é um dos fatores que pode causar uveíte, inclusive, é possível desenvolver uveíte no olho que não foi traumatizado.
Em relação ao tratamento da uveíte, o objetivo é aliviar os sintomas e é realizado de acordo com a causa, podendo incluir o uso de colírios anti-inflamatórios, comprimidos corticoides ou antibióticos. Em casos mais graves, pode ser recomendada a realização de cirurgia.
Uveíte pode ser confundida com conjuntivite
Isso acontece porque um dos principais sintomas da uveíte é a hiperemia (olho vermelho), sintoma também atribuído à conjuntivite. No entanto, causas e tratamentos das duas doenças são diferentes. Por isso, é importante consultar um oftalmologista caso tenha algum sintoma para que possa ter o diagnóstico correto.
Lembre-se: quando sentir qualquer sintoma persistente nos olhos, não hesite em procurar o seu oftalmologista imediatamente.
O Instituto dos Olhos Dourados trabalha para levar qualidade de vida para milhares de pessoas que necessitam de atendimento oftalmológico, contando com um corpo clínico capacitado e especializado em diversas áreas da oftalmologia. Investindo cada dia mais em novas tecnologias para realização de consultas, exames e cirurgias oculares.
Fonte: Revista Veja Bem – Edição: 33, pg 26.
Com edição do Dr.Ajax de Oliveira Leite – CRM-MS 3855. DOURADOS NEWS