O ano já está chegando ao fim e começam as discussões sobre a possibilidade de realizar o Carnaval 2022 em Mato Grosso do Sul. O município de Campo Grande já anunciou que a folia será cancelada e a posição da SES (Secretaria de Estado de Saúde) também é de precaução. Com a vacinação caminhando a passos lentos e a descoberta da nova variante Ômicron, reuniões serão realizadas para definir a realização do Carnaval no interior de Mato Grosso do Sul.
O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, diz que o momento é de preocupação no mundo todo devido à descoberta de uma nova variante com 50 mutações, a Ômicron. Para o titular da SES, é preciso cautela ao realizar eventos com aglomeração.
“A posição nossa é de precaução contra qualquer evento, seja réveillon, seja Carnaval, que possa levar a aglomerações. O mundo todo está apreensivo com o que está acontecendo na Europa, fruto de uma onda de não vacinados, e agora essa mutação descoberta na África do Sul, a Ômicron, alerta a todos nós”, reforçou.
Para debater sobre a possibilidade de realizar o Carnaval em fevereiro de 2022, a SES planeja reuniões com secretários de saúde de todos os municípios de Mato Grosso do Sul. “Vamos ter reuniões para que a gente possa ter uma posição, para levar ao comitê do Prosseguir. Todas as decisões serão consensuais”, explica.
Por enquanto, o foco é vacinar o máximo de pessoas possível. Resende afirma que a imunização tem caminhado a passos lentos no estado e tem acontecido com um ritmo muito aquém do desejado. O objetivo é focar em vacinar os grupos que ainda não alcançaram a meta, como a 3ª dose nos idosos e finalizar a imunização dos adolescentes.
“Agora, com o reforço para todos abaixo de 60 anos, também faremos o esforço para que todos vão até as unidades de saúde, o que não está acontecendo. A vacinação está avançando lentamente no nosso estado”, disse o secretário.
Carnaval cancelado em Campo Grande
Para quem já se preparava para curtir o Carnaval do ano que vem nas ruas de Campo Grande, vai ser preciso rever os planos. Isso porque o prefeito Marquinhos Trad (PSD) anunciou que Campo Grande não terá Carnaval de rua em 2022. A decisão levou em conta, segundo o prefeito, a preocupação das autoridades de saúde com a Covid-19.
“Estamos retomando, de maneira gradual, a nossa vida normal, mas ainda vivemos a incerteza do afastamento do perigo da Covid-19 e o surgimento de novas variantes, que preocupam técnicos em saúde do mundo inteiro. Em razão disso, em Campo Grande, optamos por não ter Carnaval de rua. Seria imprudente e irresponsável contrariar a ciência e colocar em risco a saúde da nossa gente”, justificou o chefe do executivo.
Com nova variante, ‘todo cuidado é pouco’
Mas, afinal, Mato Grosso do Sul deve se preocupar com o surgimento da variante Ômicron? Considerando uma das taxas de imunização mais altas do país, com 70% da população geral imunizada e 89% dos adultos com as duas doses tomadas, MS conquistou uma posição considerada ‘confortável’ na pandemia, com uma média móvel de mortes abaixo de dois. Mesmo assim, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, avalia que uma nova variante oferece riscos.
“Com certeza [há riscos]. Ainda não temos dados em relação ao escape da resposta imune, então todo cuidado é pouco neste momento, principalmente para reduzir a transmissão”, reforça o médico. MIDIAMAX