Equipamentos serão usados para ajudar na interceptação de voos clandestinos a serviço do tráfico.
Peça principal no combate ao tráfico internacional de cocaína boliviana na região de fronteira para o Brasil a partir de Corumbá, a Aeronáutica vai reforçar o seu sistema de radares. É por meio da rede de monitoramento que a Força Aérea Brasileira (FAB) tem conseguido reprimir ações do tráfico aéreo.
Somente neste ano, por exemplo, já foram interceptadas mais de 3,5 toneladas de cocaína em voos clandestinos da Bolívia para o Brasil. O resultado faz parte de ações de unidades de caça, na maioria das vezes interceptações do Esquadrão Flecha, da Ala 5 (antiga Base Aérea de Campo Grande).
Na tentativa de aperfeiçoar a sua malha de equipamentos de controle, nesta terça-feira, em Corumbá, e em continuidade ao processo de modernização da rede de radares de vigilância do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) com o objetivo de aprimorar o controle do espaço aéreo na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, a Força Aérea inaugura uma nova estação de radar composta de radares primário e secundário.
A cerimônia de inauguração da Estação Radar de Corumbá está prevista para as 10h30min, em área do aeroporto internacional da cidade.
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Ações, na maioria das vezes, são interceptações do Esquadrão Flecha, da Ala 5 (antiga Base Aérea de Campo Grande) – Valdenir Rezende/Correio do Estado
RADARES
A Força Aérea adquiriu três sistemas de radar, ao custo de R$ 127 milhões, para ampliar a vigilância na fronteira do Brasil com países vizinhos. Segundo as informações, os sistemas, com raio de alcance de aproximadamente 463 quilômetros, são para instalação nas cidades de Corumbá, Ponta Porã e Porto Murtinho.
Os locais foram escolhidos em virtude do número de aeronaves observadas entrando em território brasileiro de maneira irregular pela região.
Cada sistema de radar é composto de duas unidades: um radar primário LP23SST-NG e um radar secundário RSM970S. Cada um funciona, de maneira simplificada, da seguinte maneira:
Radar primário ou alvo: é aquele que pega qualquer coisa no caminho. É uma onda eletromagnética que bate no obstáculo (aeronave, prédio, bando de pássaros, montanha) e retorna, registrando os dados na tela do operador. Se assemelha ao sonar de um submarino e tem grandes áreas de cobertura.
Radar secundário: funciona associado ao radar primário e faz a comunicação com o transponder do avião. Ele troca informações eletrônicas com o transponder para descobrir dados com altitude, velocidade e outros itens.
INTERCEPTAÇÕES
As interceptações de voos clandestinos, muitos deles a serviço do narcotráfico, geralmente são feitas por aeronaves de caças A-29 Super Tucano, com o apoio da aeronave E-99, radar que participa das atividades de controle do espaço aéreo brasileiro.
O efeito da instalação dos radares na fronteira no combate ao tráfico de drogas pode representar um aumento no número de apreensões. A existência destes radares vai diminuir a frequência de voos transportando drogas no País”.
Situação semelhante foi registada na Colômbia, que instalou diversos desses radares em seu território, o que diminuiu drasticamente o transporte de drogas pelo meio aéreo. CORREIO DO ESTADO.