Após atingir sua menor cotação em dez meses, o dólar à vista iniciou a sessão de quarta-feira, 12, em queda acentuada. A moeda norte-americana operava em queda de 1,35% por volta de 12h, sendo cotada a R$ 4,9379 para venda. Este é o menor valor intradiário desde junho de 2022 e pressiona o dólar para a casa dos R$ 4,90. A divisa norte-americana vem se desvalorizando frente ao real desde terça-feira, quando o desempenho do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) fez com que a bolsa de valores brasileira saltasse e o dólar derretesse. A moeda continuou a perder força com a divulgação dos dados de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos. O índice registrou alta acumulada de 5% nos últimos 12 meses, em linha com o consenso de 5,2%. Contudo, o avanço ficou abaixo das expectativas de analistas. O percentual representa uma forte queda em relação ao mês anterior, quando o crescimento foi de 6%. Os dados confirmam a maior desaceleração da inflação nos EUA desde agosto de 2021.
O economista André Galhardo, consultor da Remessa Online, observa que já existia uma tendência de valorização da moeda brasileira frente ao dólar. “Muito em função de um comportamento menos forte da economia norte-americana. No começo da semana, houve um repique porque o payroll, apesar de um pouco mais fraco que o esperado, esteve ainda um pouco elevado. Além dessa desaceleração da atividade econômica norte-americana, temos o Brasil como o super campeão de taxa real de juros do mundo. Porque há uma descompressão dos preços aos consumidores que deve continuar até o mês de junho e isso deve atrair ainda mais capital para o Brasil. Por isso vimos a moeda norte-americana ficar abaixo dos R$ 5 pela primeira vez no intraday. A expectativa agora é de continuidade deste movimento de valorização da moeda brasileira”, avalia.
Por Jovem Pan