Camila Junqueira, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, explica como o mal-estar e a alimentação estão relacionados
O refluxo gastroesofágico é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando desconforto e impacto na qualidade de vida. Muitas são as dúvidas das causas desse desconforto e recentemente a relação com os carboidratos vem reacendendo questionamentos. Mas afinal, qual a relação dos carboidratos com o refluxo?
A professora Camila Junqueira, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, explica que a relação entre carboidratos e refluxo não é simples e envolve vários fatores. “Os carboidratos, por si só, não são diretamente causadores do refluxo. No entanto, a forma como são consumidos e o tipo de carboidratos ingeridos podem influenciar o quadro do refluxo gastroesofágico,” esclarece.
De acordo com a especialista, os carboidratos refinados, como pão branco, bolos e massas, podem ter um efeito mais adverso em pessoas com refluxo. Esses alimentos são frequentemente associados a um aumento na produção de ácido gástrico, que pode agravar os sintomas de refluxo. “Os carboidratos refinados são rapidamente digeridos e podem levar a picos de açúcar no sangue, o que pode desencadear um aumento na produção de ácido gástrico,” afirma a professora.
Em contraste, a professora Camila destaca que os carboidratos complexos, encontrados em alimentos como grãos integrais, legumes e vegetais, têm um impacto diferente. “Carboidratos complexos são digeridos mais lentamente e têm um efeito mais suave sobre a produção de ácido gástrico. Além disso, esses alimentos são ricos em fibras, que podem ajudar a melhorar a digestão e reduzir os sintomas de refluxo,” explica.
A fibra alimentar desempenha um papel importante na saúde digestiva, pois ajuda a regular o trânsito intestinal e a manter uma digestão equilibrada. A inclusão de alimentos ricos em fibras na dieta pode contribuir para a redução dos episódios de refluxo e melhorar a sensação de bem-estar geral.
Outro aspecto abordado pela professora é a relação entre os carboidratos e os comportamentos alimentares que podem contribuir para o refluxo. “Alimentos ricos em carboidratos simples, como doces e alimentos processados, muitas vezes são consumidos em grandes quantidades e de forma rápida. Esse tipo de alimentação pode levar ao excesso de comida e ao aumento da pressão abdominal, o que pode contribuir para o refluxo,” alerta.
A especialista recomenda que pessoas com refluxo gastroesofágico adotem uma abordagem equilibrada em relação à alimentação, preferindo carboidratos complexos e evitando refeições pesadas e rápidas. “Manter uma dieta equilibrada, com foco em alimentos integrais e ricos em nutrientes, pode ajudar a minimizar os sintomas de refluxo e promover uma digestão mais saudável.”
Em suma, a relação entre carboidratos e refluxo gastroesofágico é complexa e envolve a qualidade e a quantidade dos carboidratos consumidos. Enquanto os carboidratos refinados podem exacerbar os sintomas de refluxo, os carboidratos complexos, ricos em fibras, tendem a ter um efeito mais benéfico. A professora Camila enfatiza a importância de uma dieta equilibrada e consciente para o manejo eficaz do refluxo gastroesofágico, destacando que cada indivíduo deve adaptar suas escolhas alimentares às suas necessidades específicas e ao seu estado de saúde.