Os termômetros alcançam mais de 40°C em cidades de Mato Grosso do Sul, condição que eleva a sensação térmica. O corpo sente e uma das respostas é o suor, que causa atrito entre as dobras, consequentemente, causando as assaduras. Os moradores que já têm algum problema de pele tendem a ter o quadro agravado e quem não seria disposto pode ter a condição desencadeada nesse período.
Mesmo que a onda de calor anuncie uma trégua, o assunto é válido, já que problemas dermatológicos são o “legado” que fica dos dias de calor intenso. Mãe da pequena Maria Olívia, de apenas quadro meses, Camila Herradon, conta que a filha tem alergia alimentar a leites e derivados, temperos e condimentos. Entretanto, a situação piorou com o calor, necessitando de mais cuidados com a bebê.
“Ela ficou assada por 2 meses, teve épocas em carne viva, mas a dela começou devido à alergia alimentar. [Entre os cuidados que tomo], está não deixar a criança com a fralda suja e sempre higienizar muito bem, sempre lavar com água e sabão e após secar muito bem, principalmente nas dobrinhas onde sempre fica água. Ela também assa no pescoço, por ser gordinha e juntar o suor do calor no pescoço, tenho que estar sempre lavando, secando e passando alguma pomadinha”, conta.
Nesse contexto, a dermatologista Elza Garcia vê o movimento nos consultórios aumentarem devido às altas temperaturas em Mato Grosso do Sul: o que era normal no verão, está sendo intensificado diante das ondas de calor.
Entre os problemas mais comuns estão as assaduras, dermatite atópica e dermatite pelo suor, quando aumenta o contato de substâncias na pele.
“As pessoas mais sensíveis são crianças, idosos e pessoas que já tem algum problema de pele, que acomete que áreas de dobra, psoriasis e dermatite atópica. Quem já tem algum problema de pele sobre um pouco mais”, descreve.
Tem que hidratar
O médico Marcelo Santana Silveira explica que o corpo humano funciona com uma temperatura média, entre 36 e 37°C, que pode oscilar ao longo do dia. Sendo assim, causa reações biológicas. A água funciona como um regulador térmico no organismo, como um dos principais fatores. Essa regulação térmica é notada pelo suor, através da fala, da respiração, e também pela urina.
“Isso ocorre porque os organismos nesses grupos [crianças e idosos, por exemplo] especiais são organismos mais fragilizados. As crianças ainda estão no desenvolvimento do organismo e também porque tem uma área corpórea menor, com uma facilidade de perda maior de calor. Os idosos, devido à fragilidade da idade, qualquer variação que se tenha nessa quantidade de água dentro do corpo do idoso pode ser muito mais intensa e catastrófica do que de um adulto jovem, de um adulto sadio”, explica.
O médico ainda detalha que é importante especial atenção às crianças, aos idosos e a portadores de doenças crônicas. “Esses têm que ser monitorados e fazer um planejamento. Bebendo água, com distribuição de água ao longo do dia. Não adianta também só beber água num momento só. A gente tem que dividir essa ingesta de água ao longo do dia”, aconselha o especialista.
O que é mais comum?
Nesse período, são comuns as brotoejas, dermatite que afeta a pele deixando com um aspecto avermelhado. A condição está relacionada à exposição ao calor, pois a brotoeja aparece quando as glândulas sudoríparas são obstruídas e o suor não sai do corpo. É muito comum em bebês e crianças, mas pode surgir em adultos e idosos.
A rosácea é semelhante com a vermelhidão na pele. A dermatite é uma inflamação crônica na fase, que pode se expandir para o queixo e bochecha. Conhecida como “alergia ao calor”, a urticária colinérgica causa alterações na pele, como alergia e suor, causando irritação e coceira. Manchas avermelhadas costumam aparecer no corpo, principalmente na área do pescoço.
Como amenizar
A primeira dica é não se automedicar e sempre procurar um profissional no caso de alguma alteração. No caso das assaduras, a Drª Elza explica que algumas medidas simples pode amenizar o sofrimento do calor.
“No caso das crianças que ficam com fralda suja, que ficam muito tempo, o calor proporciona uma piora. É preciso lavar a criança mais vezes, tomar banho, principalmente após a evacuação, lavar com água e sabão, secar bem e não deixar a criança muito tempo de fralda. Já os idosos é bom estar com roupas íntimas de tecido de algodão, para o suor evaporar. É importante lavar a região inframamária, virilha, infra abdominal. A um pequeno início de assadura deve lavar a área mais vezes e secar bem”, finaliza.
Manter a hidratação do corpo, como ressaltado pelo médico Silveira, é essencial. Crianças e idosos devem beber água não apenas uma vez ao dia, mas frequentemente ao longo do dia. Manter o ambiente fresco e umidificado também são alternativas. MIDIAMAX