Inclusive, até 2025, a economia digital deve chegar a R$ 2,6 tri, respondendo por 25,5% do PIB do Brasil e mais de 14 milhões de empregos
O ano de 2024 começa com as empresas reconhecendo a própria importância e focando na melhoria das operações. Uma tendência que deve se intensificar ao longo do ano.
Em 2020, a economia digital do Brasil era de cerca de R$ 1,4 trilhão, correspondendo a 19,4% do PIB, com mais de 10 milhões de empregos. Até 2025, deve chegar a R$ 2,6 trilhões, respondendo por 25,5% do PIB e mais de 14 milhões de empregos.
A inteligência artificial (IA) aplicada à indústria deve ser um divisor de águas entre um ambiente de negócios em que a riqueza estava escondida em meio à complexidade de dados inacessíveis e um mercado que consegue tomar decisões baseadas em conhecimento gerado pela máquina.
Mais do que isso, a nuvem e os modelos de IA também contribuem com a sustentabilidade, um assunto fundamental no momento, quando todos procuram por soluções de baixo impacto ambiental. Nesse contexto, o próximo período apresenta excelentes perspectivas.
É a tecnologia de ponta construindo agora uma economia dinâmica, próspera, digital e sustentável.
Os debates sobre a IA avançam rapidamente em todos os setores produtivos. Isso se deve à nova fase da industrialização no Brasil, que está intimamente ligada à capacidade de incorporar as tecnologias digitais aos ambientes fabris e de criar novos empreendimentos baseados na digitalização.
Esse salto tecnológico foi tema de grandes debates no ano passado. Empresas apresentaram cases importantes sobre a adoção do cloud computing como forma de aumentar a produtividade e agregar valor a produtos e serviços. Em 2024, existe um otimismo em relação à tendência cada vez mais forte da estratégia “tudo na nuvem” como foco da modernização digital da economia.
A agilidade e a complexidade dos atuais ambientes de negócios demandam ferramentas tecnológicas que sejam seguras, transparentes, estáveis e que contem com suporte rápido e adequado. Cada vez mais, as empresas precisam lidar com dados de maneira mais racional e inteligente.
Veja-se o setor bancário, por exemplo. São milhões de transações ocorrendo ao mesmo tempo e inúmeros dados trocados em questões de segundos. Uma operação robusta, ágil e segura — e que permite conhecer o comportamento de consumo de cada cliente ao ponto de lhe oferecer um serviço customizado — só é possível se a inteligência está presente na análise desse fluxo contínuo de informações.
Dados dispersos e sem controle, ou armazenados de forma caótica, são oportunidades de negócios perdidas. São como riquezas que escoam pelos dedos das mãos. Organizar, armazenar, monitorar e acessar essas informações de forma segura e precisa requer a adoção das ferramentas digitais aplicadas às necessidades individuais de cada negócio
Não é preciso mudar totalmente a forma de fazer uma tarefa que é executada de forma bem-sucedida. Talvez, essa tarefa possa ser feita, agora, em alguns segundos e de maneira automática.
Essa, em essência, é a função da inteligência artificial aplicada aos setores produtivos. Além de gerar eficiência e reduzir custos operacionais, ela permite que a riqueza seja percebida na forma de insights, ajudando a criar uma nova cultura e uma nova maneira de tomar decisões.
Os modelos de IA que existem são capazes de criar valor para uma empresa. Isso ocorre de diversas maneiras. Na mineração, por exemplo, aprimorar a segurança da operação e aumentar a produtividade sempre estão na mente dos gestores. Que tal máquinas autônomas operadas à distância em um escritório com ar-condicionado?
Em um hospital, já é possível controlar o prontuário de cada paciente de maneira automatizada, melhorando exponencialmente o uso de insumos, remédios e de tudo que envolve o cuidado de uma pessoa que está internada e em tratamento.
Em uma empresa de telecomunicações, um operador pode saber com precisão onde está a falha em uma rede e, rapidamente, restaurar as conexões que atendem aos clientes.
Em uma plantação, pode-se monitorar pragas e usar defensivos só nas áreas afetadas, diminuindo em muito o uso de substâncias nocivas.
Na sala de aula inteligente, o professor pode oferecer recursos didáticos inovadores aos alunos e observar o desempenho de cada um com uso da IA.
Na geração de energia, por exemplo, a ideia é a confluência entre bits e watts. Não existe setor que não possa ser impactado e melhorado com a digitalização.
* Texto escrito por Yang Hua, presidente da Huawei Cloud no Brasil