Projeto tenta aproximar o continente dos líderes do setor: EUA e China; ideia é transformar regras e estruturas do bloco.
Faça um exercício: pense no maior número de big techs e de empresas que trabalham com Inteligência Artificial. Sua lista deve ter nomes como o Google, a Microsoft, a Apple, a OpenAI, a Anthropic, a Amazon, a Meta, a Nvidia, a Alibaba, a ByteDance e até mesmo a DeepSeek.
Sabe quantas dessas tem origem na Europa? Nenhuma! É fato que Estados Unidos e China lideram uma corrida tecnológica, principalmente a corrida da IA.
Essa realidade é bem diferente em outros setores, por exemplo a indústria automotiva. Se você pensar em marcas de carros, várias delas nasceram no Velho Continente: Volkswagen, BMW, a Mercedes-Benz, Fiat, Peugeot, Renault, Ferrari.
Ou seja, eles ficaram para trás no curto prazo.
Em tecnologias mais recentes. E, para reverter esse quadro, o bloco decidiu elaborar um plano ambicioso que busca transformar a Europa em um verdadeiro “continente da IA”.

Conjunto de ações
- As bases gerais desse plano foram divulgadas nesta quarta-feira (9) pela Comissão Europeia, o órgão executivo do bloco.
- Em comunicado à imprensa, o grupo listou uma série de ações para tornar o continente mais competitivo.
- A primeira delas é a construção de uma rede de fábricas de IA e “gigafábricas” de chips para treinar e desenvolver modelos mais avançados.
- A previsão é que o investimento dessas plantas chegue à casa dos 200 bilhões de euros!
- A União Europeia também planeja criar um Laboratório de Dados para aumentar o intercâmbio de informações entre os países-membros.
- O terceiro tópico é desenvolver algoritmos e promover a adoção da IA em setores estratégicos do bloco.
- Nesse aspecto, eles também querem ajudar grandes empresas tradicionais do continente a incorporarem a IA em seus processos.
- O quarto ponto do plano diz respeito a treinar e atrair os chamados talentos de IA.
- São profissionais com experiência em outras empresas do ramo, que receberiam ótimos salários.
- A União Europeia também pretende oferecer algumas bolsas de estudo para jovens promissores.

Descomplicando as leis
O quinto e último ponto desse plano fala sobre simplificação regulatória. Essa é a principal crítica das empresas de tecnologia sobre a Europa: as leis deles são muito complicadas e engessadas – e os tributos não ajudam.
De acordo com os líderes de big techs, as regras do Velho Continente dificultam a inovação e a operação de startups na região.
A lei de IA do bloco regulamenta as aplicações da Inteligência Artificial com base no nível de risco que elas representam para a sociedade.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, deu uma amostra sobre como os europeus tratam essa questão. Ao criticar a abordagem regulatória, ele disse que “precisamos que nossos amigos europeus olhem para essa nova fronteira com otimismo em vez de apreensão”.
O plano de ação pode trazer junto, portanto, algumas mudanças na lei. Isso, porém, deve passar antes por uma série de discussões. A Comissão Europeia já abriu duas consultas públicas sobre o tema. Elas vão durar até o dia 4 de junho de 2025.
As informações são da CNBC.
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