A circulação da variante Delta da Covid-19 nos estados que fazem divisa com Mato Grosso do Sul gera preocupação na Secretaria Estadual de Saúde (SES), que prevê que a mutação chegará no Estado.
A variante delta é mais transmissível do que as outras cepas do vírus da covid-19 e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem a possibilidade de gerar reinfecção em quem já teve a doença ou de possivelmente escapar da cobertura vacinal.
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, informou que, apesar da campanha de vacinação estar avançada no Estado, a doença ainda está muito presente.
“Em estados vizinhos existe a variante delta, em São Paulo, Goiás e Paraná. Temos aí um percentual bastante expressivo em algumas cidades perto das fronteiras desses estados”, disse o secretário.
Em Chapadão do Sul, cidade vizinha do estado de Goiás, os casos de Covid-19 já registram aumento e o prefeito decretou lockdown para frear o contágio.
Segundo Resende, doses remanescentes da vacina da Janssen foram encaminhadas para o município e também para Costa Rica e Três Lagoas, para acelerar a imunização da população e impedir a infecção por novas variantes.
No entanto, como o nova cepa já está em transmissão comunitária, o secretário afirma que ela irá chegar a Mato Grosso do Sul.
“Mesmo que nos atinjamos os 80% da população imunizada, vamos ter que nos cuidar porque esta rondando perto de MS as mutações que é preocupação em todos os países e em todos os estados onde ela se faz presente”, disse.
“Logicamente queremos, se ela chegar e vai chegar, mas que ela chegue com a nossa população pelo menos com a chamada imunidade coletiva”, acrescentou.
A secretária adjunta de Saúde, Christine Maymone, reforçou que, mesmo as pessoas vacinadas, mantenham as medidas de biossegurança.
“Use máscara, distanciamento físico, higienize as mãos. A vacina auxilia na prevenção, isso não significa que você não possa ficar doente”, pediu.
Variante Delta
A Delta é uma das variantes do Sars-CoV-2, identificada pela primeira vez na Índia e, atualmente, presente em mais de 100 países, incluindo o Brasil.
No Brasil, casos já foram detectados no Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, São Paulo e Pernambuco, mas há possibilidade de que já haja circulação em outras unidades da federação.
Por ser de 50% a 100% mais transmissível que as demais cepas, a preocupação é que a Delta gere uma nova onda de infecções, levando o sistema de saúde ao colapso.
Estudos realizados apontam que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são eficazes para a mutação.
O Butantan iniciou, recentemente, estudo para medir a eficácia da Coronavac contra a variante Delta. Dados iniciais da fabricante aponta que ela consegue atuar contra a cepa. Correio do Estado