Preço da carne vermelha cai 1,22% em fevereiro, maior queda nos últimos 15 meses

Entre os cortes de primeira, a picanha foi a que teve a maior redução: 2,63%. O preço do filé mignon caiu 1,77%, e ainda existe a possibilidade de mais queda nos preços.
Por Jornal Nacional

“Já dá para voltar a comer churrasco e chamar os amigos”, comemora um comprador. “Estou procurando mais o bovino, porque a carne deu uma melhorada”, afirma outro.

Essa percepção do consumidor tem um motivo. Segundo o IBGE, em fevereiro, o preço da carne vermelha caiu 1,22%. É a maior queda no preço desse produto nos últimos 15 meses.

Entre os cortes de primeira, a picanha foi a que teve a maior redução: 2,63%. O preço do filé mignon caiu 1,77%, e ainda existe a possibilidade de mais queda nos preços.

“A gente entende que esse preço se mantém, pela oferta que nós temos hoje do produto – a carne bovina – e também pela reação do consumidor. Nós temos as vendas estáveis também, sem qualquer aquecimento. Então, a perspectiva é que esse preço se mantenha, até com uma tendência de queda”, diz Silvio Carlos Brito, presidente do Sindicato dos Donos de Açougues de Goiás.

Analistas de mercado e economistas têm três explicações para essa queda:

  • a quaresma, quando o consumo de carne bovina cai aqui no país
  • a queda no preço das rações, que são usadas para engordar os animais
  • a suspensão das exportações para a China, por causa de um caso atípico do mal da vaca louca, no Pará

Mas alertam que, mesmo com a redução, o tão sonhado churrasco no fim de semana ainda não é uma realidade pra todos os brasileiros.

“Principalmente para os brasileiros de baixa renda. Quanto menor a renda da família, mais distante da carne o brasileiro tende a ficar nesse momento. A carne não para de subir há anos. Então, como o consumidor já viu o preço da carne se distanciar muito do que ele pagava quatro anos atrás, obviamente ele não vai se contentar com uma queda pouco superior a 1%. Isso é muito pouco para convidá-lo a colocar carne no seu carrinho de compras”, acredita o economista da FGV André Vaz.