População de 207,75 milhões ficou abaixo da previsão de 213 milhões de 2021

O diretor de Pesquisas do IBGE listou uma série de motivos para haver a diferença entre o dado censitário e as estimativas

A estimativa de que o Brasil tem 207.750.291 de habitantes, com base em dados prévios do Censo 2022, ficou abaixo da projeção anterior, de 2021, feita com base no Censo 2010, que apontava 213 milhões de habitantes, mostram os dados informados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, essa diferença é “muito comum” e já ocorreu outras vezes.

“No Censo de 1980, tínhamos um Maranhão a menos”, afirmou Azeredo, em entrevista coletiva online, para comentar a divulgação dos dados prévios do Censo 2022, entregues nesta quarta-feira, 28, ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O diretor de Pesquisas do IBGE listou uma série de motivos para haver a diferença entre o dado censitário e as estimativas, que atualizam a informação de cada Censo com modelos de crescimento populacional. Um deles é a existência de eventuais problemas nos censos anteriores.

Outro motivo é a falta da contagem populacional de 2015. Pelo calendário tradicional do IBGE, a mais completa pesquisa populacional do País é realizada a cada dez anos, com uma Contagem Populacional, mais simples, no meio do período, mas a atualização prevista para 2015 não foi feita, por causa de restrições orçamentárias.

“Temos que entender que estamos há 12 anos do Censo (anterior, de 2010), sem a contagem”, afirmou Azeredo, completando com mais um motivo para a população medida com base na prévia do Censo 2022 ficar abaixo da estimativa de 2021: “Os dois anos de pandemia fazem diferença”.

Apesar dos atrasos, o diretor do IBGE reafirmou a confiança na qualidade dos dados entregues ao TCU. Segundo Azeredo, o trabalho de coleta das informações em campo, com visita aos domicílios, seguirá em janeiro, em parte para garantir a qualidade. Os dados coletados serão checados e confirmados, usando tecnologias que não havia no Censo 2010, como dados de geolocalização dos dispositivos móveis usados pelos recenseadores para preencher os formulários com as informações.

“Se não fosse o avanço tecnológico, não estaríamos aqui (comentando os dados prévios)”, afirmou Azeredo.

O diretor lembrou que, com o fato de os dispositivos móveis terem conexão com a internet, raros foram os casos em que os dados não foram transmitidos para a base do IBGE logo após as visitas aos domicílios.

O fato de o período de coleta das informações ter se estendido também será compensado pela confirmação e checagem das informações. O ideal é que as informações coletadas nas visitas domiciliares ocorram no menor período o possível para garantir que os dados se refiram ao mesmo período. De acordo com Azeredo, esse problema será minorado também pelo fato de que a maior parte dos domicílios do País foi visitada dentro do prazo inicialmente estipulado.

“Estamos deixando para janeiro um número muito pequeno”, afirmou Azeredo.