Apesar de o grupo ter tido um prejuízo de R$ 3,2 milhões nos nove primeiros meses de 2020, a avaliação dos analistas é que a Arezzo atravessou bem a crise, tendo inclusive ampliado sua participação no mercado para 30,9% enquanto as concorrentes perdiam força.
Apesar de o grupo ter tido um prejuízo de R$ 3,2 milhões nos nove primeiros meses de 2020, a avaliação dos analistas é que a Arezzo atravessou bem a crise, tendo inclusive ampliado sua participação no mercado para 30,9% enquanto as concorrentes perdiam força. “Eles foram capazes de se adaptar rapidamente. Já tinham um online forte e conseguiram torná-lo mais relevante. Bem mais do que a gente imaginava. Conseguiram adaptar também a produção e acompanhar mais de perto as mudanças do consumidor (passaram a lançar novos produtos a cada 15 dias)”, diz Helena Villares, analista do Itaú BBA.
Tanto o Itaú como o BTG Pactual veem que as ações da empresa têm potencial para alcançar R$ 80 – hoje, estão cotadas a R$ 74. Desde abril do ano passado, quando os papéis afundaram e chegaram a R$ 33 em decorrência da crise do coronavírus, eles já subiram 121%.”Há anos a Arezzo é vista como uma empresa premium no varejo brasileiro, com execução superior na gestão da marca e na operação bem-sucedida de seu modelo de franquias, justificando seu valor de mercado. Vemos uma nova via de crescimento para a empresa nos próximos anos”, afirmaram em relatório os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, do BTG.
Uma das alavancas para esse crescimento é a Reserva, que, ao ser incorporada, ampliou o mercado alvo do grupo de R$ 12 bilhões para R$ 40 bilhões. Antes dessa compra, os investidores achavam que a empresa tinha um potencial de crescimento limitado, dado que já detinha uma participação alta em seu mercado, de quase 25%. Agora, poderá crescer com roupas masculina, feminina e infantil, segmentos em que a Reserva está.
Apesar de ser vista como uma operação de potencial, a compra da Reserva traz um desafio. Essa é a primeira empresa de grande porte adquirida pela Arezzo, que terá de desenvolver expertise para integrar os negócios.
Além da Reserva, a Arezzo pretende fazer novas aquisições. “Continuamos olhando ativos de vestuário, mas não olhamos só para marcas. Também estudamos (empresas de) tecnologias que possam viabilizar o ecossistema que queremos construir. Para muitos desses ativos, criamos o ZZ Ventures”, diz a diretora de estratégia, Aline Penna.
Criado em novembro, o ZZ Ventures é o braço da Arezzo para investimento em startups. Quando o grupo anunciou a iniciativa, comunicou também a aquisição de 75% da Troc, um brechó online. A intenção da Arezzo é inserir a Troc no ZZ Mall, marketplace lançado em setembro e que hoje reúne 50 marcas. Antes da pandemia, o projeto previa a entrada de marcas que não fossem do grupo apenas em 2022. O crescimento do comércio online na quarentena, porém, acelerou o projeto. Neste ano, o grupo pretende ampliar o marketplace, adicionando conteúdo sobre moda, cursos abertos ao público que ensinem, por exemplo, como criar uma coleção, e também um programa de fidelidade.
Com várias iniciativas simultâneas, no entanto, os investidores devem passar a olhar com mais cuidado a integração de todos os negócios. “A Arezzo tem muita coisa para fazer: integrar a Reserva, iniciar uma operação feminina (a Reserva tem a marca Eva, que ainda é tímida), começar mais forte com calçados masculinos. A preocupação é se vai dar conta de tudo”, diz Helena Villares, do Itaú BBA.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.