Material das fezes dos gansos pode combater o câncer

Graças a um estudante do ensino fundamental, pesquisadores descobriram um composto nunca antes visto capaz de inibir o avanço do câncer

Uma iniciativa que uniu estudantes do ensino fundamental e pesquisadores da Universidade de Illinois, Chicago, trouxe uma descoberta interessante: existe um composto nunca antes visto nas fezes de ganso que pode ajudar a combater o câncer. Um estudo foi publicado em outubro na ACS Omega.

Entenda:

  • Um composto inédito presente em fezes de ganso pode ajudar a combater o câncer;
  • Em uma iniciativa junto a estudantes do ensino fundamental, pesquisadores da Universidade de Illinois encontraram um composto nunca antes visto produzido pela bactéria Pseudomonas idahoensis;
  • Chamada de orfamida N, a substância inibiu mais de 90% do crescimento de células de melanoma e câncer de ovário em testes conduzidos pela equipe;
  • Novas análises serão realizadas para continuar explorando o potencial do composto.
Médico examinando pinta que pode ser câncer de pele
Composto de fezes de ganso inibiu crescimento de melanoma. (Imagem: damiangretka/iStock)

Durante o programa de ciências de 14 semanas, a equipe de Illinois (dedicada a encontrar antibióticos de fontes naturais) analisou uma variedade de amostras colhidas pelos estudantes – entre elas, as fezes de ganso. Ao investigá-las, os pesquisadores encontraram um composto inédito produzido pela bactéria Pseudomonas idahoensis capaz de inibir o crescimento de células cancerígenas.

Composto das fezes de ganso inibiu o crescimento de certos tipos de câncer

A equipe usou técnicas de ressonância magnética nuclear (RMN) e espectrometria de massa (MS) para determinar a estrutura molecular e investigar a atividade biológica do composto – que, em homenagem à sua família de moléculas, foi nomeado orfamida N pelos pesquisadores.

Equipe vai conduzir novas análises de composto. (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

Como detalha a equipe no artigo, testes com a orfamida N se mostraram capazes de retardar em mais de 90% o crescimento de células de melanoma e câncer de ovário. Agora, os cientistas pretendem conduzir novos estudos para continuar explorando o potencial do composto.

“Esforços estão em andamento para determinar o(s) composto(s) responsável(is) pela atividade antibiótica original observada”, escreveu a equipe no artigo.