Idosos e crianças? Ondas de calor atingem principalmente outro grupo

Pesquisadores descobriram que a população mais jovem está mais propensa a fatalidades em cenários de calor extremo

Qual faixa etária corre maior risco de vida em meio às ondas de calor extremo? Até então, estudos defendiam a hipótese de que era a população idosa – mas uma nova pesquisa publicada na Science Advances sugere que a parcela mais fatalmente afetada pelas altas temperaturas são os indivíduos de 18 a 34 anos de idade.

Entenda:

  • Um novo estudo conduzido no México descobriu que os jovens representam o maior número de mortes por calor extremo;
  • Ainda que a população idosa corra bastante risco, indivíduos de 18 a 34 anos somam mais casos fatais nesse cenário por estarem mais expostos ao ar livre;
  • Apesar da pesquisa contar com dados do México, os autores destacam que o problema “pode ter implicações globais”;
  • A equipe segue analisando o impacto das ondas de calor extremo sobre a população mais jovem em outros locais.
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Jovens de 18 a 34 anos somam maior número de mortes por ondas de calor extremo. (Imagem: Pheelings media/Shutterstock)

É verdade que os idosos correm muitos riscos em ondas de calor extremo, mas, como mostrou o novo estudo publicado, são os jovens que representam a maior parcela de mortes nessas condições. “Estas são fisiologicamente as pessoas mais robustas da população. Eu adoraria saber por que isso acontece”, aponta Jeffrey Shrader, coautor do estudo, em comunicado.

Jovens estão mais expostos a ondas de calor extremo

Seguindo dados de mortes relacionadas ao calor no México, a equipe descobriu que, entre 1998 e 2019, cerca de 3.300 casos foram registrados anualmente, e pessoas de 18 a 34 anos marcaram quase um terço dessas mortes. Os pesquisadores sugerem algumas hipóteses que podem estar por trás disso.

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Jovens estão mais expostos ao calor extremo, aponta estudo. (Imagem: Marc Bruxelle/Shutterstock)

Uma delas é o fato de que a população mais jovem está mais exposta ao calor – tanto na prática de atividades ao ar livre quanto em trabalhos que os colocam nesse cenário. Os autores do artigo ainda destacam que a “descoberta de que os jovens no México são especialmente vulneráveis ​​ao calor pode ter implicações globais”.

Por isso, a equipe segue conduzindo estudos para analisar o impacto das ondas de calor extremo sobre a população mais jovem de diferentes locais do mundo.