Nas últimas 72 horas, porém, foram confirmados 26 casos em funcionários e sete novas internações pelo coronavírus: duas em adultos e cinco infantis.
(FOLHAPRESS) – A alta de Covid nas últimas duas semanas já verificada em São Paulo fez explodir o número de novos casos confirmados de coronavírus no Hospital Universitário da USP, na zona oeste de SP.
Na semana passada, o centro hospitalar não havia nenhuma internação por Covid e nenhum registro de afastamento por Covid em funcionários. Nas últimas 72 horas, porém, foram confirmados 26 casos em funcionários e sete novas internações pelo coronavírus: duas em adultos e cinco infantis.
A subida repentina preocupa pois os funcionários afastados incluem profissionais da ala pediátrica, justamente a que possui hoje maior número de internações -embora o quadro das crianças seja relativamente estável, segundo informou o epidemiologista e superintendente de saúde da USP, Paulo Lotufo.
“É preocupante devido à rapidez com que esses casos surgiram, e mesmo as crianças não apresentando um estado grave elas precisam de cuidados”, explica.
A alta de internações pediátricas também já foi verificada em hospitais da rede privada em SP, como no Hospital Infantil Sabará, que até duas semanas atrás não tinha nenhum caso de Covid pediátrica e, hoje, já conta com quatro crianças internadas, segundo o gerente médico da unidade e infectologista, Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior.
Nesta quinta-feira (10), o governo estadual emitiu um alerta sobre a alta de 56% nas internações de UTI por Covid no estado e de 50% em leitos de enfermaria.
“A Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde (SCPDS) do Governo de São Paulo decidiu emitir um alerta para o aumento expressivo na transmissão do novo coronavírus no Estado”, disse a nota.
“Embora seja um aumento significativo, o comitê destaca que o número de pessoas internadas pela Covid ainda é bem inferior aos números observados em ondas anteriores. Circulam atualmente diversas subvariantes da variante ômicron, incluindo a confirmação de casos e óbito por infecção pela subvariante BQ.1”, completou.
A preocupação maior é com crianças abaixo dos 5 anos de idade, que enfrentam percalços na imunização contra Covid, como interrupções devido à falta de doses e atrasos na campanha. Também nesta quinta-feira o Ministério da Saúde divulgou o início da distribuição de doses da Pfizer para crianças com comorbidades com menos de 3 anos.
Segundo Lotufo, a alta de casos é devido à retirada do uso de máscaras, no início de setembro, e uma maior aglomeração das pessoas nas últimas semanas. O fluxo intenso de viajantes vindos de fora, especialmente de países da Europa e Estados Unidos, colaborou também para a introdução de novas subvariantes do coronavírus, como a BQ.1, que já foi identificada em SP, no Rio de Janeiro, Amazonas e Rio Grande do Sul.
“É importante entender que as variantes surgem devido ao aumento da transmissão do vírus, e não o contrário; portanto, a presença de uma variante que pode escapar mais dos anticorpos em um momento de alta de casos é sinal para alerta”, afirma.
De acordo com a nota do governo do estado, a secretaria vê a importância de redobrar os cuidados em ambientes hospitalares e serviços de saúde, incluindo farmácias.
“Recomendamos o uso de máscaras em situações de maior risco para transmissão do vírus, como transporte público, e a necessidade de uso de máscaras em serviços de saúde, incluindo farmácias, onde há maior probabilidade de pessoas sintomáticas procurarem testagem e medicamentos sintomáticos para quadros gripais”, completa a nota.