Entenda como a nova regra de reajuste do salário mínimo pode reduzir desigualdades

Agora em seu terceiro mandato, Lula anunciou um compromisso com o aumento anual do valor acima da taxa de inflação.

Agora em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um compromisso com o aumento anual do salário mínimo acima da taxa de inflação — e encaminhou ao Congresso Nacional um projeto para que o reajuste se torne lei.

Isso, como explica Clara Brenck, doutora em economia pela New School, em Nova York, e pesquisadora associada do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP, pode reduzir desigualdades e, assim, impactar classes mais baixas.

“O efeito mais direto de uma política de valorização do salário mínimo acima da inflação é o de realmente reduzir desigualdades do mercado de trabalho”, avalia Brenck em entrevista ao podcast O Assunto.

Sob Lula, salário mínimo volta a ter ganho real, mas ainda compra menos cestas básicas do que em 2018 — Foto: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

“Você tem que o salário mínimo é a base do mercado de trabalho formal, então, quando você aumenta esse valor, não necessariamente o topo da distribuição de salários também vai aumentar na mesma proporção. Então, você tende a aproximar essa base das pessoas que estão ali recebendo salários um pouco mais altos. Você reduz essa desigualdade dentro do mercado de trabalho formal.”

Como explica Brenck, no Brasil, o salário mínimo tem um efeito adicional porque é a base de benefícios do próprio governo — caso dos benefícios previdenciários e o benefício de prestação continuada, o chamado BPC.

“Então, quando você aumenta o valor do salário mínimo, você aumenta o valor, em termos reais, acima da inflação, dessas transferências governamentais que têm, sim, um efeito muito importante na redução de desigualdades não só no mercado de trabalho, mas na economia como um todo.”

Por g1