Terra tem cada vez menos glaciares e, para simbolizar os derretimentos, já existem alguns atos simbólicos
Uma “Lista Global de Casualidades de Geleiras” está sendo criada por cientistas para monitorar as camadas de gelo afetadas pelas mudanças climáticas. Se as coisas continuarem como estão, o banco de dados terá muito trabalho pela frente: dois terços das geleiras do mundo estão a caminho de desaparecer até o final deste século.
O projeto é liderado por pesquisadores da Universidade Rice, inspirados pelo primeiro “funeral de geleira” do mundo, que ocorreu na Islândia, em 2018. Embora seja gesto puramente simbólico, o funeral da Okjökull foi um evento chamativo que destaca o que as mudanças climáticas ameaçam destruir.
“O memorial de Okjökull inspirou vários glaciologistas ao redor do mundo a fazerem um balanço de quantas geleiras glaciares já haviam desaparecido em seus países”, disse a professora Cymene Howe, antropóloga cultural da Universidade Rice, em comunicado.
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“Um estudo de 2023 calculou que 264 geleiras derreteram só na Nova Zelândia. Na China, mais de 8,3 mil blocos glaciares desapareceram nas últimas décadas”, continuou Howe.
“Com a Lista Global de Casualidades de Geleiras, apresentaremos 15 geleiras recentemente perdidas e criticamente ameaçadas em todo o mundo, e trabalharemos com cientistas e comunidades para aumentar a lista a cada ano, à medida que as geleiras continuam a derreter”, completou a antropóloga.
Cemitério de geleiras
- O lançamento da lista coincidirá com a inauguração do primeiro cemitério de geleiras do mundo, em 17 de agosto, na península de Seltjarnarnes, perto da capital islandesa, Reykjavík;
- O cemitério contará com 15 lápides esculpidas em gelo pelo escultor de gelo islandês Ottó Magnússon e terá nomes de geleiras de todo o mundo que foram perdidas devido ao aquecimento global;
- Pode parecer um pouco sentimental, mas o cemitério servirá como gesto simbólico para lembrar a todos de como as alterações climáticas e o derretimento glacial terão impacto muito sério no mundo real.
O derretimento das geleiras contribui para o aumento do nível global do mar, representando ameaça para as comunidades costeiras, áreas baixas e nações insulares, bem como aumentando o risco de inundações e erosão.
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