O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (13), após quatro sessões consecutivas de queda, com o mercado atento às consequências econômicas da pandemia de coronavírus ao redor do mundo. A moeda norte-americana fechou a R$ 5,1802, em alta de 1,72%. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2083.
Na quinta-feira, o dólar fechou em queda pelo quarto dia seguido, ficando abaixo de R$ 5,10 pela primeira vez desde 26 de março. Com recuo de 0,95%, a moeda encerrou o dia vendida a R$ 5,0926. Na semana, a moeda acumulou queda de 4,41%. No ano, no entanto, a valorização acumulada ainda é de 27%.
Cenários interno e externo
Estava programada para esta segunda (13) a apreciação da proposta de emenda constitucional (PEC) do “Orçamento de Guerra” no Senado, que foi adiada para quarta-feira (15). Os dois eventos foram acompanhados de perto pelo mercado. A PEC do “Orçamento de Guerra” no centro das atenções influenciou o mercado de juros, tendo em vista que o projeto inclui a possibilidade do Banco Central (BC) comprar títulos públicos e privados.
A perspectiva de aprovação da proposta tem dado algum alívio à curva de juros e impedido uma forte elevação das taxas de longo prazo, diante de comentários do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que pretende desinclinar a curva para dar mais apoio à economia. No entanto, alterações que o Senado pode fazer na proposta estão no radar dos agentes.
Com uma queda forte da atividade econômica prevista para este ano, os agentes continuam a ver juros mais baixos e por um período prolongado. No Boletim Focus, os economistas Top 5 de médio prazo já mostram a Selic a 2,75% no fim deste ano e a 4% em 2021. Considerando a mediana do mercado, a taxa básica de juros encerraria este ano em 3,25% e em 4,5% no ano que vem.
Apesar disso, alguns agentes continuam a ver com cautela o cenário para a política monetária. Em carta, a BTG Pactual Asset Management nota que o BC demonstrou estar preocupado com possíveis “pautas bomba” e com gastos que podem ser aprovados no Congresso, o que poderia atrapalhar a perspectiva de estabilização da dívida pública no médio e no longo prazo. Para os gestores, esse cenário, consequentemente, poderia aumentar a inclinação da curva de juros.
“Projetamos IPCA de 2% em 2020 e 2,5% para 2021. Esse cenário seria consistente com quedas adicionais de juros, mas a comunicação do Copom sugere cautela”, diz a gestora, que também vê uma queda de 5% do PIB neste ano. No fim de semana, os principais produtores de petróleo concordaram com o maior corte de produção de todos os tempos, mas os preços do petróleo eram pressionados por preocupações de que isso não seja o suficiente para combater o excesso de oferta, à medida que a crise da saúde que afeta a demanda.
Fonte: Fiems