A moeda norte-americana recuou 0,73%, cotada a R$ 4,8876, no menor patamar em 11 meses.
Por g1
O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (15) em queda, acompanhando o bom humor do mercado em relação ao noticiário envolvendo o teto da dívida dos Estados Unidos.
Investidores ainda repercutem os dados divulgados no último Boletim Focus, relatório do Banco Central do Brasil que reúne as expectativas econômicas de dezenas de especialistas do mercado.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,73%, cotada a R$ 4,8876, no menor patamar desde junho do ano passado. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, o dólar teve queda de 0,25%, aos R$ 4,9234, fechando a semana com baixa de 0,40%. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular quedas de:
- 2,00% no mês;
- 7,40% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, o principal destaque do dia permanece com a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos. No fim de semana, o presidente norte-americano Joe Biden (democrata) informou que pretende se reunir com líderes do Congresso na terça-feira (16), sinalizando que permanece otimista sobre um acordo para aumentar o limite de empréstimos do país.
Biden (democrata) quer elevar o teto para que o governo consiga arcar com as despesas do país, mas nas últimas semanas vinha enfrentando certa resistência da oposição.
“Continuo otimista porque sou um otimista congênito, mas realmente acho que há um desejo da parte deles (republicanos), assim como do nosso (democratas), de chegar a um acordo e acho que seremos capazes de fazê-lo”, afirmou o presidente americano no último domingo.
A expectativa, segundo pontuaram analistas do BTG Pactual, é que haja progresso nas negociações nesta semana. Além disso, o encontro de Biden com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy (republicano) traz otimismo ao mercado, dizem.
Outro ponto citado por analistas é a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) interrompa o ciclo de altas de juros em breve — cenário que também acaba beneficiando moedas de países emergentes, como o real brasileiro.
Na Europa, a produção industrial da zona do euro caiu muito mais do que o esperado em março.
A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que a produção recuou 4,1% em março em relação ao mês anterior, com uma queda de 1,4% na comparação anual. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda mensal de 2,5% e um ganho de 0,9% na comparação anual.
No noticiário doméstico, as atenções ficaram com a nova elevação das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (15), as expectativas para a inflação oficial do país em 2023 subiram de 6,02% para 6,03%.
Com isso, as estimativas ainda superam a meta de inflação definida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ela será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Já para 2024, as projeções para a inflação caíram de 4,16% para 4,15%. A meta inflacionária para o ano que vem é de 3,0%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Investidores ainda passaram o dia à espera da apresentação do parecer do arcabouço fiscal pelo relator Cláudio Cajado (PP-BA) que deve acontecer ainda nesta segunda-feira.