Pesquisadores analisaram “fósseis” da paisagem marciana para entender como o clima mudou ao longo de bilhões de anos
Marte nem sempre teve o clima que conhecemos hoje. Antigamente, o Planeta Vermelho tinha água corrente, gelo em abundância e uma atmosfera densa. Apesar desse cenário ter mudado, fósseis ainda guardam evidências de como o planeta era há dois bilhões de anos.
Um estudo publicado este mês realizou análises aprofundadas sobre os vários terrenos de Marte e revelou mais informações sobre a sua paisagem no passado.
Marte era bem diferente do que conhecemos
A análise do clima marciano foi publicado na revista Geomorphology. Para isso, a equipe usou imagens da câmera HiRISE no Mars Reconnaissance Orbiter da NASA.
Os fósseis analisados que revelaram o passado de Marte foram o que os pesquisadores chamaram de paleo-camadas. Trata-se de ondulações das dunas a partir do vento (nesse caso, paleo-dunas), da ação das geleiras, fluxo dos rios e ondas nos lagos vistas por rovers ou documentadas da órbita do planeta. Esses registros dão pistas sobre como o vento ou a água esculpiram a paisagem marciana e como era o clima há bilhões de anos.
Segundo Matthew Chojnacki, autor principal do estudo, “muitas dessas paleo-dunas são sósias das dunas modernas”. Só que mais “decrépitas”.
Como vento e água moldaram paisagem de Marte?
- A equipe acredita que o vento molda a areia de Marte. À medida que o vento diminui, ele endurece lentamente na forma de rochas (algo que pode ser facilitado graças às antigas erupções vulcânicas e a lava);
- Já as rochas fluviais, que revelam a influência da água, são mais difíceis de encontrar e são normalmente associadas ao contexto de mega inundações;
- Chojnacki explicou: Marte tem uma abundância de canais de rios secos onde leitos podem ter se formado. No entanto, o tamanho reduzido pode ter prejudicado sua preservação ao longo do tempo;
- Os fósseis analisados, as paleo-formas e paleo-camadas, provavelmente foram enterradas ao longo dos anos e reveladas novamente graças à erosão no planeta. Ou, ainda, pode ser que nunca estivessem enterradas;
- Segundo o pesquisador, analisar esses detalhes permite entender melhor as condições climáticas de Marte no passado e como ela mudou até chegarmos até aqui.